A conceção e instalação de parques solares fotovoltaicos está a ganhar cada vez mais peso no negócio do grupo Martifer. O ano passado, esta área de atividade - que é desenvolvida pela Martifer Solar - representou mais de 50% do volume de negócios do grupo, tornando-se na primeira subsidiária em termos de resultados e de volume de negócios. . Um desempenho que tem sido conseguido principalmente no exterior, onde a Martifer Solar já tem 60% do negócio. De acordo com o CEO desta subsidiária, Henrique Rodrigues, a Martifer Solar está em 24 países - como Espanha, Itália, EUA, México ou Índia - mas continua à procura de novos mercados, com o Japão ou o Brasil onde aguarda que sejam estabelecidas as regras dos leilões de atribuição de potência. . Em Portugal, a Martifer está também a aguardar novidades, mas neste caso relativamente ao novo enquadramento regulatório que a secretaria de Estado da Energia está a desenvolver para o solar e na qual pretende que sejam os promotores a pedir as licenças e não o Governo a atribuí-las. . Para já, a Martifer Solar tem estado a concluir os 48,4 MW de parques solares ganhos nos concursos lançados em 2010 pelo Governo de Sócrates, dos quais 16 MW ficam em Lisboa e 32,4 no Algarve. . Os de Lisboa arrancam em breve e no Algarve, os 10 MW estão ainda a fechar o financiamento e os restantes 22,4 MW foram inaugurados ontem, estando a operar já desde este verão. . Tratam-se de dois parques, sendo que um deles fica em Albufeira e tem uma capacidade de 6,8 MW e mais de 28 mil painéis. E o outro fica em Silves, tem 15,6 MW de capacidade e mais de 66 mil painéis, o que faz dele "o segundo maior parque solar de Portugal". . Ambos foram concebidos e instalados pela Martifer Solar em parceria com o BNP Paribas Clean Energy Partners, uma fundo de investimento francês especializado em energias renováveis que entrou como investidor ao comprar os parques já desenvolvidos. . "Acredito que estes serão os primeiros projetos que faremos juntos a nível mundial", disse Henrique Rodrigues. Uma visão partilhada por Joost Bergsma, CEO do BNP Paribas Clean Energy. "Quando compramos um parque solar não compramos apenas a infraestrutura. Estamos a apostar numa parceria que não precisa de se cingir apenas a Portugal e que pode ser feita nos outros mercados onde a Martifer está presente". . De acordo com este responsável, para realizar este tipo de negócio, o BNP Paribas Clean Energy "procura mercados que, como Portugal, tenham uma regulação forte e transparente e que permita fazer algum dinheiro. Não precisa de ser muito, mas tem de ser rentável e previsivel porque é isso que os investidores do nosso fundo procuram". . Os parques agora inaugurados encaixam nestas exigências. A tarifa é fixa e de 260 euros por MWh e está contratada por 20 anos. . No entanto, os próximos projetos em Portugal já não serão assim, uma vez que o Governo quer apenas atribuir licenças a parques que optem por utilizar as tarifas do mercado, que hoje rondam os 55 euros por MWh.