O grupo Patris Investimentos anunciou esta quinta-feira um resultado líquido de 3,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano, de acordo com os dados veiculados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Focado em seguros, gestão de poupanças e atividades de corretagem, o grupo considera ter alcançado "os melhores resultados semestrais de sempre".
No comunicado, o grupo sublinha "um período de crescimento acentuado da atividade", assegurando "um crescimento dos seus proveitos totais superior a 25%". No entanto, não detalha o valor. O grupo Patris Investimentos destaca a área dos seguros, cuja produção total "ultrapassou, pela primeira vez, a fasquia dos 22 milhões de euros num semestre, o que perspetiva uma produção anual que deverá ultrapassar pela primeira vez a barreira dos 40 milhões de euros".
Além disso, a empresa revela ter amortizado "antecipadamente o seu empréstimo obrigacionista (8 milhões de euros)" e que "distribuiu os primeiros dividendos da sua história". No entanto, não concretiza qual foi a remuneração do acionista.
Os capitais próprios consolidados do grupo, antes e depois de interesses minoritários, registaram uma redução face ao final do ano de 2021, "devido à variação negativa de reservas decorrente da má performance dos mercados financeiros", passando para 22,1 milhões de euros, em dezembro de 2021, para 20 milhões de euros, em junho. O grupo assevera, porém, "uma redução dos rácios de solvência consolidados, que se mantêm no entanto em níveis muito confortáveis e muito acima dos rácios obrigatórios".
Observando diferentes áreas do grupo, a Real Vida Seguros registou um aumento de cerca de 21% dos prémios emitidos, verificando que a quota de mercado de vida risco supera os 3,5%. "Em julho de 2021, a Real Vida Seguros era a 15ª maior seguradora portuguesa, em termos de produção, descendo três lugares face aos dados de 2021 devido a uma menor produção de seguros financeiros", lê-se. Ora, entre janeiro e junho deste ano, "o resultado líquido da Real Vida Seguros ultrapassou os 4,6 milhões de euros, contra os 3,5 milhões de euros registados no período homólogo de 2021, o que traduz um crescimento de 31%".
Os capitais próprios da Real Vida Seguros reduziram-se para 22,3 de euros no semestre, "refletindo a variação negativa de reservas e a distribuição de dividendos", sendo que a margem de solvência era de 192,2% no final de junho, "quase o dobro da margem mínima".
A Real Vida Seguros detém ainda 100% das unidades do Real Capital - FCR, cujos ativos ultrapassavam os 36,5 milhões de euros., no final do semestre. O grupo refere que os resultados da Real Capital - FCR "foram positivos em cerca de um milhão de euros".
A Patris Finance, por sua vez, somou um lucro de 50 mil euros, mais 16% em termos homólogos, "com os proveitos a atingirem os 130 mil euros".
Noutra área de negócio, grupo reportou que a Patris - Sociedade Gestora de Fundos de Titularização de Créditos geria cerca de 1,712 mil milhões de euros em fundos de titularização de créditos e de recuperação de créditos, "o que lhe permitiu obter aproximadamente 275 mil euros de comissões ao longo dos primeiros seis meses do ano".
Esta sociedade do grupo, no entanto, viu o lucro cair cerca de 36,3 mil euros, para "um valor aproximado de 33 mil euros". Já "os capitais próprios subiram de cerca de 318 mil euros em dezembro de 2021 para um valor aproximado de 351 mil euros em junho de 2022".
O grupo Patris Investimentos está, atualmente, responsável pela gestão do fundo de recuperação dos lesados do papel comercial do BES.