PCS. O think tank que tem um plano para o crescimento sustentável do país

Organismo criado em 2011 tem uma nova direção, que pretende dar um novo impulso ao projeto. Propósito da Plataforma para o Crescimento Sustentável propõe um rumo alternativo com a IA e as alterações climáticas como pano de fundo.
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A Plataforma para o Crescimento Sustentável (PCS) relança-se por estes dias com uma nova direção, que procura gerar debates construtivos rumo a um plano de desenvolvimento reformista do país, partindo das mudanças que já se fazem sentir com as alterações climáticas e a inteligência artificial.

A PCS apresenta-se como um think tank, para construir contributos que afirmem um modelo de crescimento económico, social e ambiental sustentável em Portugal. Surgiu em 2011 pela mão de Jorge Moreira da Silva, antigo ministro do Ambiente que em 2022 se candidatou à presidência do PSD. Moreira da Silva é, desde junho deste ano, subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor executivo do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS). Não podendo continuar à frente da PCS, uma nova liderança foi designada, sendo presidida pela advogada Ivone Rocha. José Manuel Paixão, professor catedrático na FCUL, e João Maria Jonet, consultor político, são o vice-presidente e secretário-geral, respetivamente, da PCS.

Ao Dinheiro Vivo, Ivone Rocha, que é advogada e sócia na Telles Advogados, explica que o principal propósito da PCS é contribuir para "um novo modelo de sociedade, de economia e de governo capaz de incorporar o impacto de longo prazo das medidas e dos projetos de hoje e incorporar o princípio da responsabilidade intergeracional".

Defendendo a criação de uma "alternativa sustentável", Ivone Rocha considera que há um debate "que não está a ser feito" e, por isso, a prioridade da PCS é "apresentar propostas de solução em torno de questões estruturantes que devem estar para além do debate político partidário e dos ciclos políticos".

"Queremos contribuir para que o debate político gere consensos construtivos em torno dos dois grandes desafios que temos de superar - alterações climáticas e o proliferar da inteligência artificial, com tudo o que isto implica. Somos uma associação de pessoas, das mais diversas áreas, que numa atitude de cidadania sustentável e inconformados com fatalismos, pretendem dar o seu contributo para um país melhor", afirma.

Quer isto dizer que este think tank quer ir além "do debate político partidário e dos ciclos políticos". "Penso que faltam consensos e vontade de reformar e repensar. Resistimos as mudanças do presente, presos num passado e sem olhar o futuro. Sem isto, por muito boas que sejam as medidas, tais como a aposta nas renováveis, na produção descentralizada de energia, a aprovação da lei de base do clima, perdem-se porque não são acompanhadas por um compromisso estrutural de reformar a nossa economia", prossegue a nova presidente da PCS.

"Se o nosso modelo de crescimento for baseado em premissas insustentáveis, de pouco nos servirão essas boas medidas circunstanciais", argumenta.

A PCS tem cerca de 500 membros. É apresentada como uma organização independente, organizada em grupos temáticos, com conselho científico, um conselho internacional, um conselho consultivo e, futuramente, terá um conselho do futuro, "pela necessidade de rigor, de contextualização e de integração do futuro que acreditamos ser absolutamente necessários em tudo o que fazemos", de acordo com Ivone Rocha.

A presidente garante que o organismo é "absolutamente independente", tendo uma carta de princípios. "Tem gente próxima do PSD, como tem do PS, da IL e do CDS. A PCS cuida do estrutural, do que está para lá dos partidos. Serve para chamar a atenção para questões e promover debates, que os partidos, demasiado preocupados com os ciclos eleitorais, não consideram ou a que não dão o devido valor", diz.

Jorge Moreira da Silva continua ligado à PCS como presidente honorário. Personalidades como Carlos Pimenta (ex-eurodeputado pelo PSD), Carlos Costa Neves (antigo deputado e governante em vários executivos pelo PSD), Abílio Morgado (ex-consultor da Presidência da República para a Segurança Nacional), Joana Balsemão (vereadora no município de Cascais eleita pelo PSD), Catarina Horta, Joana Carneiro (maestrina titular da Orquestra Sinfónica de Berkeley e maestrina convidada da orquestra Gulbenkian) e Francisco Pinto Balsemão (antigo primeiro-ministro, líder do PSD e fundador do grupo Impresa) também integram os órgãos sociais da PCS.

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