Inauguraram, em fevereiro, o hotel em Santa Apolónia, agora nos Aliados. Como está a correr a operação?
Santa Apolónia está a corresponder às expectativas. Só temos três meses de operação, mas está a fazer o seu caminho de progressão. São sempre precisos alguns meses para atingir a velocidade cruzeiro, mas estamos otimistas quanto ao percurso a longo prazo. Quanto aos Aliados, foi uma localização específica que procuramos, porque a vemos como a mais interessante da cidade do Porto. Abrimos há um par de semanas, ainda é cedo, mas as perspetivas são positivas e o feedback dos clientes tem sido muito positivo também.
O Porto é uma cidade importante para a Sonae Capital?
Muito importante, não só porque é onde está a origem do grupo, mas também porque já somos um dos maiores operadores da cidade. E, desde 2015 e com mais incidência em 2016, que a intensidade do crescimento turístico da cidade é enorme. O Porto é um fenómeno, se olharmos para o que é a sua dimensão e o sucesso que tem do ponto de vista da chegada de estrangeiros. O que seria tipicamente uma cidade periférica está entre as 35 cidades europeias mais visitadas.
A que se deve esse sucesso?
As ótimas ligações aéreas com o que são os principais mercados de turismo europeus, como o Reino Unido, Espanha, França ou Alemanha. É fácil chegar cá. Por outro lado, temos uma relação qualidade-preço muito boa e não podemos esquecer o caráter hospitaleiro dos portugueses, em geral, e dos portuenses, em especial.
O desinvestimento da TAP no Porto é uma preocupação?
As estatísticas dizem que a TAP não tinha peso significativo, do ponto de vista de passageiros, no Porto. A capacidade aérea será facilmente substituída; havendo procura, estou certo que haverá companhias aéreas interessadas em operar [no Porto]. Há o aspeto político, é certo, mas olhando única e exclusivamente para o aspeto económico, acho que [a falta da TAP] terá pouco impacto no sucesso turístico e na chegada de passageiros à cidade.
Além das já anunciadas aberturas no Porto, em 2023, e no Algarve, em 2024, para quando novo investimento em Lisboa?
Ainda é cedo para avançar. Temos algumas opções em avaliação, como temos sempre, umas concretizam-se, outras não, só comunicamos quando as fechamos. Estamos focados na gestão de unidades de 4 e 5 estrelas e, dos 1800 quartos que queremos ter em operação nos próximos cinco anos, 500 serão em Lisboa e outros tantos no Porto. O que significa que vamos colocar mais intensidade de procura de oportunidades em Lisboa, onde só temos o Riversidade (126 quartos).
Na semana passada, o grupo deu a conhecer a venda dos ativos hoteleiros em Tróia, o Aqualuz Tróia Mar&Rio e The Editory By The Sea Tróia-Comporta. É mais uma operação de sale e leaseback, qual é o objetivo?
Foram os últimos ativos hoteleiros próprios da Sonae Capital a serem alienados, depois da venda do Aqualuz Lagos em 202 e do Porto Palácio em 2021. Mas todos eles se mantêm em operação, com um contrato de arrendamento de, no mínimo, 20 anos. É uma forma de obter capital para reinvestir no portefólio da Sonae Capital. E todos os projetos recém-inaugurados ou em execução são feitos nessa perspetiva, com um parceiro que faz o investimento imobiliário e celebra connosco um contrato de arrendamento. Somos um operador, um explorador da unidade hoteleira e esse tem sido o modelo de crescimento definido.