Pedro Lino: "Ter um PSI 20 sem empresas apenas descredibiliza o País"

Depois da ESFG, agora foi a vez do BES sair do PSI 20. O índice nacional conta agora com 18 cotadas, não sendo expectável que venha a substituir as duas empresas excluídas.
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Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o CEO da corretora Dif Broker comenta as desvantagens, para o índice e para os investidores, do PSI 20 ter passado a contar com 18 cotadas. Pedro Lino considera ser preferível ter um PSI 10 uma vez que "ter um PSI 20 sem empresas apenas descredibiliza o país".

O PSI 20 ficou sem a presença do BES, passando a contar com 18

cotadas depois da saída da ESFG. Quais as desvantagens para o índice ficar sem 2 cotadas e,

sobretudo, sem o BES?

O índice português ficou ainda mais pobre

e com menor representatividade da economia portuguesa. O sector

financeiro passa a ser representado por três instituições, duas

das quais têm um free float baixo, dada a concentração dos grandes

accionistas. (Banif e BPI).

E quais as desvantagens para os

investidores?

A principal desvantagem é que cada vez

menos investidores olham para o mercado português, uma vez que a

dimensão continua a diminuir. Nos últimos anos desapareceram do

índice empresas como a Brisa, Cimpor, ESFG, BES, de grande

importância e representativas da atividade económica, ou temos a

perda de valor da Portugal Telecom, que era uma ícon das

telecomunicações.

O mercado de capitais português

torna-se ainda mais periférico e sai mais do radar dos investidores

com estas saídas e com o caso do BES? Porquê?

Sim, o mercado português é cada vez

mais um mercado periférico, devendo assumir-se a incapacidade de

lidar com o capital, e diminuir o número de empresas capazes de

pertencer ao PSI 20. Seria preferível ter um PSI 10, mas que os

investidores pudessem sentir que não era composto por empresas de

pequena dimensão, ganhando credibilidade. Ter um PSI 20 sem empresas

apenas descredibiliza o País.

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