Pedro Soares dos Santos: "O Brasil está enterrado"

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"O Brasil é passado. Está enterrado." Na estreia das

novas lojas ARA na Colômbia, Pedro Soares dos Santos fechou a porta

a um eventual regresso ao vizinho sul-americano. "São operações

completamente diferentes", incomparáveis, garantiu ao Dinheiro

Vivo o CEO da Jerónimo Martins.

A aposta na Colômbia - com 150 lojas - é a primeira na América

Latina desde 2002, ano em que o grupo saiu do mercado brasileiro. "A

estratégia é distinta", diz Filipa Almeida, do Banco Big. "No

Brasil, a JM comprou uma rede de lojas já existente; na Colômbia,

está a desenvolvê-las de raiz."

Pedro Soares dos Santos espera ter um retorno deste investimento

já em três anos, tempo suficiente para recuperar os 150 milhões de

euros colocados na operação. Apesar de ter recuado face aos planos

iniciais - as primeiras estimativas eram de 400 lojas - o CEO mantém

as expectativas altas. "A reação está a ser ótima, as

pessoas estão encantadas com os preços e com os produtos." Nas

prateleiras da ARA também estão produtos importados do mercado

americano - "a quem os colombianos têm uma ligação emocional

- e, num futuro próximo, diz Soares dos Santos "vinhos e mais

produtos portugueses". Mesmo assim, o CEO é cauteloso. "Só

agora vamos perceber qual é a reação do consumidor. A única coisa

que ainda me preocupa é a capacidade de os fornecedores responderem

às nossas necessidades".

Também por precaução, o grupo vai manter a mesma estrutura de

governação: com Pedro Soares dos Santos como CEO e o pai,

Alexandre, no lugar de chairman do grupo, pelo menos por mais três

anos. "Pediram-me para ficar mais uns tempos", disse na

semana passada Alexandre Soares dos Santos. "Fico até a

Colômbia estar assente."

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