Pensões têm de aumentar 10% em 2024 para compensar mundança de regra de atualização

Aumento das pensões em 2023 não respeitou a fórmula de atualização. Por exemplo, no caso das pensões de valor mais baixo, em vez dos 8,42% de aumento que resultaria da aplicação da regra, a subida foi apenas de 4,83%.
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O governo não aplicou em 2023 a fórmula de atualização das pensões e os aumentos em janeiro ficaram abaixo do que ditaria a sua aplicação. Com a meia pensão paga em outubro do ano passado para compensar a inflação, os reformados recebem, em valor, até ao final de 2023, o mesmo que resultaria da aplicação da fórmula de atualização. O problema está em 2024, pois a base de incidência será menor.

De acordo com cálculos do Público, com base em previsões do Banco de Portugal para este ano de uma inflação média de 5,5% e variação do PIB de 1,8%, se o governo mantiver a mesma fórmula de atualização das pensões para 2024 e não quiser penalizar os pensionistas por em 2023 a fórmula não ter sido cumprida, terá de realizar um aumento de 10,5% nas pensões de valor igual ou inferior a 960,86 euros, de 10,2% nas pensões superiores a 960,86 euros e inferiores a 2882,58 e de 9,5% nas pensões a partir desse valor.

A não aplicação da fórmula de atualização em 2023 levou a que, no caso das pensões de valor mais baixo, em vez da atualização de 8,42%, o aumento tenha sido de apenas 4,83%. A partir dos 960,86 euros e até aos 2882,58 euros, a atualização foi de 4,49% em vez de 8,06% e, a partir desse valor, de 3,89% em vez de 7,46%.

O governo não poupou palavras para explicar que com o bónus de meia pensão os pensionistas não ficaram a perder rendimento este ano face ao que resultaria da aplicação da fórmula, mas ainda não disse como vai fazer no próximo ano.

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