O produto interno bruto (PIB) cresceu 4,9% no segundo trimestre do ano face aos primeiros três meses, mas ainda está abaixo dos níveis do mesmo período de 2019. De acordo com os cálculos do Dinheiro Vivo tendo por base a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística, o PIB ainda está 3,5% afastado do valor pré-pandemia. São menos cerca de 1,7 mil milhões de euros de diferença.
A economia reagiu bem no segundo trimestre depois da quebra registada nos três meses anteriores que marcaram o segundo pior arranque do ano nas séries do INE. Entre abril e junho, o PIB acelerou 4,9% à boleia da procura interna, mas esta ainda é uma estimativa rápida que o gabinete de estatística pode ainda rever quando incorporar mais informação.
O alívio das medidas de confinamento - o plano começou no dia 15 de março - parecem ter suportado o crescimento do produto. Comparando com o segundo trimestre de 2020, a recuperação foi de dois dígitos - 15,5% -, mas a queda no ano passado foi de dimensões históricas. "Esta evolução é influenciada por um efeito base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica", explica o INE.
A manter-se esta tendência, a previsão do governo de um crescimento de 4% para o conjunto do ano pode ser ultrapassada e isso mesmo ontem as Finanças o afirmaram, com o gabinete de João Leão a antecipar uma expansão mais generosa do que a inscrita no Programa de Estabilidade.
O crescimento em cadeia de 4,9%, ou seja, comparando com os três meses anteriores foi, de resto, a mais elevada para os países europeus com dados já disponíveis. Ontem o Eurostat divulgou a estimativa rápida para 11 países e Portugal liderou.
Mais uma vez é preciso ter em conta que a contração da economia nacional nos primeiros três meses do ano foi mais cavada do que os restantes países.