Plataforma de investimento Trade Republic estreia-se em Portugal com comissões zero

Fintech alemã quer revolucionar a forma como os portugueses investem e poupam o seu dinheiro, através de uma plataforma de investimento com comissões zero. Trade Republic já geriu seis mil milhões de euros para mais de um milhão de europeus e conta agora com o mercado nacional para atingir a meta dos 340 milhões de utilizadores.
Publicado a

Portugal tem uma nova plataforma de investimento. A alemã Trade Republic lança-se no mercado nacional com o objetivo de democratizar o acesso aos mercados de capitais. Como? Permitindo aos utilizadores poupar, investir e negociar de forma simples, segura e sem comissões. No total, já são mais de um milhão aqueles que usam os serviços da corretora online, espalhados pelos 17 países europeus em que marca presença.

Através da aplicação desenvolvida pela startup, os portugueses têm agora acesso a mais de oito mil ações e EFT (fundos negociados em bolsa) de todo o mundo, dez mil derivados emitidos pela Société Générale e 2800 planos de poupança, a partir dos quais podem automatizar o investimento nos mercados de ações. Em breve, serão também incluídas criptomoedas na carteira portuguesa, avança o country manager da empresa, Kintxo Cortés, em entrevista ao Dinheiro Vivo.

"A conta de títulos é aberta em menos de oito minutos e com as nossas funções intuitivas de pesquisa e filtragem, qualquer pessoa pode encontrar o investimento à sua medida, através de montantes padrão ou pequenos montantes, quer nacionais ou internacionais", explica o responsável. Embora não seja exigido valor de investimento mínimo e não existam comissões permanentes, é cobrada uma taxa externa de um euro por operação.

Quando o assunto é a criação de riqueza, torna-se imperativo abrir horizontes e "abandonar as formas de investimento tradicionais", diz Kintxo Cortés. A inflação leva um ritmo galopante, estando já nos 9,3%, em Portugal; os depósitos poupança, no qual os europeus têm aplicados 12,5 mil milhões de euros, não geram retorno significativo; 85% dos ativos das famílias são mantidos em contas bancárias com taxas de juro próximas de zero, levando a uma perda de compra ano após ano. Este é um cenário que se agrava quando se equaciona o facto de o Estado não conseguir suportar, como até agora, o sistema de reformas.

Com as famílias portuguesas a pouparem 5,9% do seu rendimento, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), "não há realmente alternativa", vinca o country manager​​​​​. "É necessário abandonar as formas tradicionais de como as pessoas estão habituadas a investir, ou, caso contrário, vão encontrar-se em dificuldades, se não agora, mais tarde nas suas vidas."

Fundada em 2015, na Alemanha, por Christian Hecker, Thomas Pischke e Marco Cancellieri, a Trade Republic nasceu da convicção de que todos, desde os investidores mais experientes até aos recém-chegados, deveriam ter a oportunidade de participar no crescimento económico. Desde que foi lançada no mercado em janeiro de 2019, a plataforma já geriu mais de seis mil milhões de euros.

O sucesso do negócio, justifica Kintxo Cortés, está no seu "pessoal altamente qualificado", liderado por uma "equipa experiente" e apoiado por "investidores de renome". Ao todo, a fintech emprega 700 colaboradores de mais de 50 países diferentes, das quais cerca de metade trabalha no desenvolvimento das Tecnologias da Informação (IT).

A expectativa para os próximos três anos é ter em Portugal a mesma curva de adesão registada em Espanha e França. "Estamos muito esperançosos e confiantes no resultado que iremos obter. Este é um mercado-chave para a Trade Republic por várias razões e acreditamos que a nossa fórmula irá atrair clientes a uma velocidade que muito provavelmente exigirá ter uma equipa dedicada no terreno em algum momento", antecipa o responsável.

A longo prazo, a meta da plataforma de investimento é conseguir captar um potencial de 340 milhões de utilizadores em toda a Europa. Para isto, conta com o contributo do mercado nacional.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt