Playboy Portugal sobre o regresso ao nu. "Agora reconhecem que tínhamos razão"

Marco António Reis, diretor da Playboy Portugal, comenta a decisão da casa mãe de regressar ao nu na revista. "Sempre achámos um contra-senso"
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Em Portugal, onde a publicação tem uma revista, a notícia foi bem acolhida, afinal, há muito que defendiam que esta decisão era um "contra-senso" com a história da publicação que já teve Marilyn Monroe na capa.

Marco António Reis, diretor editorial da Playboy Portugal, comenta a decisão e faz um balanço da operação em Portugal. A revista é editada pela Black Rabbit desde junho de 2015. Até agora, a capa mais vendida foi a primeira: com Mafalda Teixeira.

A Playboy internacional decidiu regressar ao nu integral. Como comentam esta decisão e qual o impacto na operação em Portugal?

Tivemos várias conversas com os EUA sobre o tema. Quer em Los Angeles, há quase ano e meio (na génese da ideia), quer cá, há um ano, na altura da conferência internacional de Lisboa. Sempre achámos um contra-senso. O renegar de uma herança com mais de meio século a favor de uma ideia sem sentido. A mulher é fotografada nua em dezenas de publicações, entre lifestyle e moda. Por isso pedimos para nos deixarem manter o nosso caminho — que deixaram — e fotografar as mulheres com nudez, mas cuidado e requinte. Agora reconhecem que tínhamos razão.

As revistas masculinas têm sofrido profunda erosão de vendas em papel, com o desaparecimento de praticamente de todos os títulos no mercado nacional. Como é que a Playboy (que já vai na sua terceira vida em Portugal) está a correr?

A Playboy é mais que uma revista masculina. É um statement social. O homem que lê a Playboy tem um perfil definido e gosta de se rever na revista. Talvez por isso nos mantenhamos fortes.

Que outras fontes de receita têm desenvolvido para alimentar a operação, além da venda em banca?

O mundo mudou e temos de perceber isso. A marca continua com uma enorme força e a publicidade (no papel e on-line) é um excelente complemento de receitas. E estamos a preparar um ano de festas fantásticas. Estamos prestes a fechar uma parceria muito forte e 2017 vai ser, seguramente, um ano de muitas e boas festas Playboy. Incluindo uma em Ibiza!

Os anunciantes têm alguma renitência em apostar em títulos com estas características. Com tem corrido a operação a esse nível?

Portugal é um país de influências. Directas ou indirectas. No momento em que as marcas sentem que os seus rivais vêm a jogo, acompanham. Ao fim de quase dois anos de operação, começamos a ter o retorno a esse nível e muito mais investimento publicitário.

Ainda mantêm a ideia de que não precisam de celebridades?

Como já disse anteriormente, sim. De quando em vez fazemos uma, para variar, mas não estamos obcecados — nem reféns — desse tema. A verdade é que, quem compra e lê a Playboy, vai à procura de muito mais que uma celebridade despida.

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