Tendo começado como uma preparadora desportiva para os automóveis da Volvo, a Polestar ganhou a sua independência em 2017, passando a ser uma companhia independente no seio do Grupo Geely, que detém, entre outras, marcas como a Volvo, Lotus ou a Lynk & Co, embora beneficiando sempre das sinergias deste poderoso grupo.
Depois de se lançar nos mercados considerados mais importantes, a Polestar desenha o seu plano de expansão em 2022 para outras paragens na Europa, procurando chegar ao final de 2023 com presença em cerca de 30 países, quase duplicando a sua presença face os 19 países do início de 2022. Portugal é agora um dos contemplados, com o novo Polestar 2 , lançado inicialmente em 2020, a chegar às estradas ainda este ano, demarcando-se, desde logo, pela sua faceta estética, o que não é de estranhar atendendo ao facto de ter um designer como CEO, Thomas Ingenlath.
Esse é precisamente um dos três pilares apontados como fundamentais para o "credo" da Polestar, sendo os outros a tecnologia e a sustentabilidade, termos que são naturalmente os mais relevantes na atualidade do automóvel (e não só). Optando por uma abordagem holística em que tudo é pensado para oferecer uma experiência premium e de elevada qualidade, a Polestar tem vindo a trabalhar com diversos parceiros - como a Brembo e a Öhlins - no desenvolvimento de conceitos específicos para os seus veículos.
Nessa mesma observação holística, a preocupação com o ambiente é fulcral, havendo uma busca incessante pela redução das emissões poluentes decorrentes de todo o ciclo de vida do automóvel - da produção à utilização na estrada -, ao mesmo tempo que a tecnologia desempenha um papel cada vez mais determinante, tanto ao nível das ajudas, como ao nível da conectividade, sendo aqui também o Polestar 2 um modelo importante por trazer incorporado o sistema Android para automóveis, com uma experiência de utilização muito semelhante à de um smartphone com aquele sistema operativo.
O melhor de dois mundos
Para o conceito exterior, a Polestar destaca que o 2 é o melhor de dois mundos, fazendo a fusão entre as berlinas e os SUV, resultando numa berlina sobrelevada de superfícies limpas e com extrema atenção ao detalhe. Os faróis totalmente em LED e a luz traseira de largura total com 288 LED criam uma assinatura de design facilmente reconhecível, com a sua presença robusta a ser documentada ainda pelas cavas das rodas musculadas, capazes de albergar jantes de 19 e de 20 polegadas.
Laços de família
Ao entrar no habitáculo, antes de tudo, há alguma sensação de familiaridade com os Volvo, o que não é de estranhar, dadas as ligações técnicas e tecnológicas no seio da Geely, que é visível sobretudo nos comandos do volante, em tudo semelhantes aos de um XC40 ou S90. Vale a pena notar que não há, propriamente, nada de errado com isso e que é prática comum na indústria atual.
Além dessa sensação de familiaridade, a outra ideia que é transmitida é a de excelência de construção e de refinamento a bordo. Recorrendo a muitos materiais sustentáveis, todos os detalhes do Polestar 2 são de ótima conceção, dando assim uma sensação geral de solidez bastante elevada. Junte-se a isto uma elevada insonorização e as viagens podem ser feitas com total tranquilidade e conforto.
O painel de instrumentos é digital (ecrã de 12.3") e os comandos físicos foram quase todos eliminados, sendo a vasta maioria incluída no ecrã tátil central de 11.15 polegadas que apresenta o sistema de infoentretenimento Android Automotive, desenvolvido em colaboração com a Google. Todas as funções do veículo, incluindo navegação, entretenimento, configurações do veículo e controlo climático, são ajustadas pelo ecrã. De acordo com a marca, o sistema operativo Android Automotive representa um grande passo à frente, dando facilidade de interação e rapidez na capacidade de emparelhamento com os smartphones - por enquanto, apenas Android, estando o Apple CarPlay previsto para mais daqui a algumas semanas.
As atualizações "Over-the-Air" (OTA) permitem atualizar o software do veículo remotamente, dando aos condutores as funcionalidades mais recentes e atualizadas de diferentes elementos, como a climatização ou eficiência. As atualizações OTA também são cobertas pelo plano de dados Polestar incluído nos primeiros três anos de propriedade.
Tal como noutros elétricos, uma vez sentado, o condutor não precisa de procurar o botão de "arranque" - o mesmo é feito de forma automática assim que o condutor é detetado e que este coloca o pé no travão. Também o sistema de condução com um pedal está presente, oferecendo uma desaceleração bastante forte que elimina a necessidade de recorrer ao travão convencional para a maioria das situações. Tanto o nível de travagem regenerativa, como o peso ou sensação de direção, podem ser ajustados nas configurações do veículo.
O sistema integra o Google Assistant para assistência por voz, o Google Maps para navegação e a Google Play Store. Se o condutor conectar a sua conta do Google ganha ainda um maior entrosamento com o automóvel, melhorando as suas experiências de navegação e do assistente por fala com os dados que as suas aplicações Google associadas já armazenam. Isto inclui destinos favor itos do Google Maps ou preferências de restaurantes e uma compreensão profunda do tom e do sotaque da conversa do utilizador que o Google Assistant aprendeu ao longo do tempo. Além disso, pode sempre pedir que a Google lhe conte uma anedota... Os dispositivos Google Home também podem ser controlados usando o Google Assistant no carro.
Medindo 4606 mm de comprimento, 1985 mm de largura e 1479 mm de altura (1473 com o Performance Pack) o Polestar demarca-se pelas dimensões generosas, mas com uma ilusão ótica de um compacto. Graças aos 2735 mm de distância entre eixos, o espaço atrás é avantajado, mesmo não sendo o mais amplo do segmento dos elétricos. Ainda assim, não existirão grandes problemas para adultos, mesmo de maior estatura.
O Polestar 2 oferece 446 litros de volume combinado de carga dianteira e traseira, incluindo 41 litros à frente e 405 litros na traseira. A porta da bagageira pode ser aberta eletricamente através do chaveiro ou usando o sensor de pé incluído
Chassis a preceito
Do ponto de vista dinâmico, a Polestar procura afirmar-se como uma marca dinâmica, exibindo um argumento curioso: o de tentar converter não os utilizadores de outros veículos elétricos, mas sim chamar os de veículos de motores de combustão de outras marcas premium. A estrutura do Polestar 2 é criada a partir de cinco tipos diferentes de aço, incluindo aço boro de ultra-alta resistência difícil de moldar, para uma rigidez de torção superior. A caixa da bateria e o caminho de carga inferior dianteiro (FLLP) são feitos de alumínio extrudido, que protege a bateria de alta capacidade, endurece a carroçaria e direciona as cargas de colisão frontal, lateral e traseira para partes específicas da carroçaria projetadas para as absorver e atenuar.
A plataforma CMA no qual é baseado permite assim que os sistemas de suspensão dianteira e traseira de multi-ligação MacPherson se combinem. No lançamento, o Polestar 2 possui tração às quatro rodas como padrão com uma polarização de potência máxima de 50/50 à frente e atrás. O Performance Pack opcional aumenta ainda mais a experiência dinâmica com potência e binário adicionais e a adição de amortecedores Öhlins ajustáveis, travões Brembo e pneus personalizados voltados para o desempenho.
Três versões
No lançamento nacional, o Polestar 2 chega com três configurações possíveis de cadeias motrizes. Os motores elétricos são sempre de íman permanente síncrono, com conjuntos de engrenagens planetárias.
A versão mais acessível, a Standard Range Single Motor conta com um único motor e 170 kW/228 CV e 330 Nm, com uma bateria de 69 kWh com uma autonomia até 470 quilómetros. Esta versão acelera dos zero aos 100 km/h em 7,4 segundos e atinge os 160 km/h de velocidade máxima. Com carregamento rápido (CC) até 130 kW, pode recarregar de 10 a 80% da carga em 35 minutos.
Num patamar intermédio, a versão Long Range Single Motor apresenta os mesmos dados de potência e binário (170 kW/330 Nm), mas uma bateria de 78 kWh incrementa a autonomia estimada para os 540 quilómetros e o carregamento em CC para os 155 kW, com idêntico tempo de espera para carga dos 10 aos 80%. Ambas as versões de motor único são de tração dianteira.
A versão de topo Long Range Dual Motor conta com dois motores elétricos de 150 kW cada, para uma potência de 300 kW/402 CV e 660 Nm de binário, o que lhe permite acelerar dos zero aos 100 km/h em 4,7 segundos e os 205 km/h de velocidade máxima. Conta com a bateria de 78 kWh, permitindo uma autonomia de 480 quilómetros. Com carga rápida (CC) a 155 kW, carrega de 10 a 80% em 35 minutos.
O software de gestão do veículo coordena as funções dos motores dianteiro e traseiro para aceleração, cruzeiro e travagem regenerativa, não havendo conexão física entre eles. Com base em vários parâmetros operacionais, como posição do acelerador, velocidade do veículo, direção, forças nas curvas e outros fatores, incluindo a ativação do controlo de tração ou controlo eletrónico de estabilidade, o controlador eletrónico ajusta automaticamente a divisão de potência entre as rodas dianteiras e traseiras (sem vetorização de binário).
Os conjuntos de engrenagens planetárias são lubrificados e arrefecidos com um lubrificante especial vitalício que não possui intervalo de manutenção programado.
A bateria da versão Long Range tem design de célula em bolsa, enquanto uma bateria de iões de lítio de 69 kWh com design de célula prismática alimenta o modelo de alcance padrão. Se a potência de carregamento varia entre os modelos Standard e Long Range, já o carregador de bordo é idêntico em todos, sendo de 11 kW para os postos CA, como os das "wallboxes".
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