Os portugueses já se habituaram a elas. Falamos das lojas temporárias, ou pop up stores, que, com a aproximação da época natalícia, têm tendência para se multiplicar nos diferentes centros comerciais. Depois, lá pelas primeiras semanas de janeiro, desaparecem.
Os espaços geridos pela CBRE (como o UBBO em Lisboa, o Alameda Shop&Spot no Porto, ou o Fórum Madeira, entre outros) têm perto de 200 quiosques e lojas pop ups, no total, durante a época natalícia, distribuídos por 10 centros comerciais.
Este ano, "recebemos cerca de 15 a 20 lojas pop up e quiosques, dependendo do centro comercial", detalha Mónica Pinto Coelho, iberian director, marketing property management da empresa. Um negócio temporário que nos meses de "de novembro e dezembro corresponde a cerca de 30% da faturação anual em specialty leasing (mall income)", acrescenta a gestora.
Embora no ano passado o valor tenha sido menor - correspondeu a 15% da faturação anual - estas aberturas equivalem a 200 a 300 postos de trabalho em cada centro da CBRE, informa ainda.
Descontextualizando da época, os centros comerciais da Sonae Sierra (Colombo, MaiaShopping, NorteShopping e CascaiShoping, entre outros) têm cerca de 25 lojas temporárias em operação, que atuam principalmente nos setores da moda, mercearia fina, produtos gourmet, gifts e design, diz Ana Moita, head of marketing europe & new markets da Sierra.
"Os centros geridos pela empresa têm uma presença regular deste tipo de lojas, que não se foca apenas no Natal. O portefólio para esta nova área inclui um modelo de ocupação temporária de lojas, a que chamamos de flash store". Estes espaços têm um período máximo de funcionamento de seis meses e "tem-se observado uma elevada procura, tendo muito boa recetividade no mercado", revela a responsável, adiantando que, em comparação com 2022, tiveram o mesmo sucesso.
Êxito no negócio é o que motiva a Douro's Flavours a ter uma pop up em diferentes centros comerciais, há vários anos. A do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, por exemplo, vai estar a funcionar até 7 de janeiro e, "por agora, os resultados são muito bons", diz o responsável pela marca, Anderson Arruda.
A Douro's Flavours vende licores e copos de chocolate, e, para o gestor, estes espaços temporários são uma "excelente forma" de incrementar as vendas. "Quem não conhece a marca, e compra pela primeira vez, repete no ano seguinte", assegura, revelando que o negócio explodiu no fim de semana após a Black Friday. "Agora, até ao Natal vai ser o boom. Este é um período muito bom de vendas e representa 50% das receitas do ano", explica, dizendo que as lojas temporárias "dão visibilidade e provam que estes produtos são uma prenda diferenciada".
O foco na visibilidade é também um dos fatores que o diretor-geral ibérico da Multi Corporation aponta para o sucesso destes espaços. Em Portugal, a Multi gere os Armazéns do Chiado, o BPlanet, o Fórum Algarve, os fóruns Coimbra e Viseu e o LX Factory, que disponibilizam soluções para espaços temporários, que acabam por ser muito procurados para o período natalício.
"Em 2023, foi concretizado o aluguer de 13 espaços temporários nesta época, que faz com que quase todos os centros geridos pela Multi Portugal tenham a totalidade dos seus espaços temporários ocupados nesta altura do ano", indica Francisco Cavaleiro de Ferreira. O responsável adianta que a demanda sazonal por estes espaços é mais evidente na época das festas, quando existe maior consumo.
Por seu turno, a Via Outlets, que gere os Freeport Lisboa e Vila do Conde Porto Fashion, explica que em ambos os equipamentos existe um espaço pop-up de embrulhos, "cuidado e organizado, diferente dos habituais espaços semelhantes a que estamos habituados e que respeitam o ADN dos centros na arte de bem receber".
Ao mesmo tempo, "há também um esforço e trabalho desenvolvido no que diz respeito à sustentabilidade e redução do consumo energético das iluminações de Natal", específica, ainda a empresa.