Por que é que precisamos de Novo Investimento?

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Portugal terá agora - com o PRR e o novo Portugal 2030 - um novo ciclo de investimento. O investimento é a chave central para uma nova agenda de crescimento. Mas tem que ser um Novo Investimento. Os tempos mudaram e o paradigma, hoje, impõe a aposta no reforço de clusters com empresas locais, na inovação e desenvolvimento e em formação qualificada. Vivem-se tempos de profunda crise internacional e, no contexto da intensa competição entre regiões e mercados, a urgência de um sentido estratégico mais do que se impõe. A manutenção e captação de investimento são fundamentais para o sucesso económico do país. Por isso, vai ser preciso apostar em novas plataformas abertas de dinamização de redes globais geradoras de valor.

O Novo Investimento não é só a plataforma de desenvolvimento económico do país mas é também a base de uma nova aposta na inovação e criatividade, nas competências, nos talentos e novas oportunidades. A dinamização da criação de valor e o reforço da inovação tecnológica terão muito a ganhar com este Novo Investimento. Por isso, em tempos de crise e de aposta num novo paradigma para o futuro, o Novo Investimento deve constituir o verdadeiro centro de uma convergência estratégica entre Estado, empresas e todos os que se relacionam com a sua dinâmica. O Novo Investimento tem que se assumir como a referência da aposta num novo modelo de desenvolvimento estratégico para o país.

O Novo Investimento desempenha um papel único na alavancagem da mudança. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do investimento de inovação associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os sectores mais dinâmicos da economia - Tecnologias de Informação e Comunicação, Biotecnologia, Automóvel e Aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por "redes ativas" de atuação nos mercados globais, envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros de I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá de se basear numa lógica de focalização em prioridades claras: assegurar que o "IDE de Inovação" é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; e mobilizar, de forma, efetiva os centros de competência para esta abordagem ativa no mercado global, tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial. Investir tem de ser a palavra de ordem no novo ano. A competitividade tem, por isso, de sair do papel e ir para o país real.

Por isso, importa que os actores envolvidos neste processo de construção de valor percebam o alcance destas apostas estratégicas. Não se pode querer mobilizar a região e o país para um novo paradigma de desenvolvimento, centrado numa maior equidade social e coesão territorial, sem partilhar soluções estratégicas de compromisso colaborativo. O exemplo do IDE passa por isso. Por perceber que a aposta em projetos estratégicos como os clusters de inovação e os polos de competitividades são caminhos que não se podem adiar mais. A guerra global pelo valor e pelos talentos está aí e quem não estiver na linha da frente não terá possibilidades de sobrevivência. É essa a base deste Novo Investimento que mais do que nunca é de facto a chave para o crescimento da economia nacional.

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