Porque é importante saber liderar

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Nunca como agora os grandes exemplos de liderança foram tão importantes para assegurar um contexto de confiança tão essencial para ganhar a batalha do futuro. A liderança não se estabelece por decreto mas resulta antes da afirmação de uma capacidade especial de mobilização das pessoas para uma agenda focada na criação de valor e na persecução de um propósito com sentido. A complexidade dos tempos que estamos a viver faz da liderança pelo exemplo um fator crítico para o sucesso da organização como um todo e junto do seu ecossistema. Por isso os exemplos contam. E serão cada vez mais um fator de mobilização da sociedade para um sentido de ambição e confiança tão importantes para o futuro que aí vem e que tantos desafios tem pela frente.

As lideranças não se determinam por decreto e implicam cada vez mais um sentido de verdadeira mobilização estratégica para o futuro. Não deixa contudo de ser claro que cada vez mais a liderança pelo exemplo, o foco no valor partilhado, a importância dada à inovação e eficiência como fatores de melhoria permanente das organizações, são marcas coincidentes e que fazem a diferença no contexto de mobilização estratégica das equipas para um sentido de propósito comum claro e assumido de forma individual e coletiva. Muito importante os líderes saberem desenvolver de forma participada o conceito de comunidade, fazendo da inovação aberta e da inteligência coletiva os enablers de mudança para o sucesso das suas organizações em tempo de mudança. São estes sem dúvida os requisitos para fazer da liderança um dos fatores centrais para uma gestão capaz de responder às expectativas destes tempos de incerteza e complexidade.

Muitos têm sido os autores que têm abordado de forma estruturada o contexto da liderança na nossa economia e sociedade. É o caso de A.G. Alfley e Roger Martin que no seu icónico "Playing to win - how strategy really works" defendem que o processo de liderança é acima de tudo um percurso em construção permanente, centrado num contrato de confiança entre todos os membros da organização e numa dimensão estratégica de competência que terá que ser reforçada numa lógica de cooperação estratégica ativa. Os líderes terão que se assumir cada vez mais como verdadeiros orquestradores de uma agenda de mudança, em que a criação de valor deve ser o resultado de um projeto coletivo assumido por todos.

As organizações em que estamos são muito o que nós somos. E, apesar desta nova revolução digital que está a alterar a cadeia de valor dos negócios e a agilizar a dinâmica das articulações em rede, a capacidade de antecipar o futuro é algo que continua muito a depender do sentido de oportunidade e de abertura para ser inovador e eficiente. A partilha de informação e de conhecimento deve ser um contexto e um conceito que emerge desta capacidade natural de sermos livres e podermos contribuir com ideias para uma maior qualidade das nossas instituições e uma maior realização individual dos cidadãos. Nós somos muito o que partilhamos e nós vamos continuar a partilhar porque acreditamos no futuro e queremos fazer parte dele.

O conhecimento não se constrói por decreto. Passa por um processo colaborativo, em rede, de partilha de ideias e de informação, com o objetivo de ajudar a encontrar novas pistas de abordagem inteligente para um tempo novo que aí vem. Saber liderar é saber fazer do conhecimento um verdadeiro instrumento de mobilização estratégica centrado no futuro e em que todos sintam que têm um papel a desempenhar para o bem comum.

Economia e Gestor - Especialidade em Estratégia e Competitividade

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