Port Wine Fest vai a Las Vegas, Chicago e Nova Iorque

Reforçar as exportações para o mercado norte-americano é o objetivo do evento de promoção organizado pela AEVP com o apoio do PRR.
Port Wine Fest vai a Las  Vegas, Chicago e Nova Iorque
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Arranca, em Las Vegas, nos Estados Unidos, a segunda edição do Port Wine Fest, festival que pretende celebrar os vinhos, a gastronomia e a cultura portuguesas, no âmbito da agenda mobilizadora Vine & Wine do Plano de Recuperação e Resiliência. Numa organização da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), o evento contará com 41 produtores de sete regiões distintas (Douro, Verdes, Dão, Beira Interior, Bairrada, Tejo e Alentejo), que estarão hoje em Las Vegas, segunda-feira em Chicago e quarta-feira em Nova Iorque, com mais de 150 vinhos portugueses em prova.

Em Las Vegas, será um festival dentro de um festival, já que o Port Wine Fest integra o USA Today Wine & Food Experience, num evento dedicado ao consumidor em geral. Em Chicago, a experiência será diferenciada, com uma primeira apresentação para profissionais do setor e imprensa especializada, e, ao fim do dia, as portas abrem-se para receber os consumidores americanos. Em Nova Iorque, além dos vários momentos guardados ao longo do dia para os diferentes públicos, está ainda prevista a realização de uma cerimónia privada de entronização dos novos membros da Confraria do Vinho do Porto.

Os Estados Unidos foram, em 2023, o quarto maior destino das exportações de vinho do Porto, constituindo um mercado que valoriza o produto. Basta ver que o preço médio de venda do vinho do Porto foi de 5,62 euros o litro, enquanto nos EUA foi de 10,57 euros. “Portugal está na moda nos EUA. Não só já o consumidor americano já sabe onde fica Portugal, como tem vontade de cá vir ou conhece alguém que já cá esteve... É uma alteração muito interessante do perfil do consumidor e constitui uma oportunidade, porque é um mercado com muito potencial que gosta dos nossos vinhos”, diz a diretora-executiva da AEVP. 

Isabel Marrana não esconde que o evento acontece num momento particularmente difícil para o vinho do Porto, um produto cujas vendas estão em queda nos últimos 20 anos, apesar da procura crescente, em alguns mercados, como o americano ou o britânico, por vinhos das chamadas categorias especiais, os colheitas, Reservas, LBV ou Vintage.

“Há vinho a mais na Região Demarcada do Douro e hoje esse excesso é comummente aceite como sendo uma característica estrutural. Uma análise à produção e às vendas dos últimos 15 anos mostra-nos que há um excesso de oferta à volta das 50 mil pipas ao ano”, explica esta responsável, assumindo que “nunca as empresas tiveram tantos stocks como têm hoje”. 

E se esse é um problema estrutural, Isabel Marrana acredita que terá de ser resolvido por duas vias: a adequação da oferta à procura, com apoios ao pequeno viticultor que queira abandonar a atividade ou simplesmente reduzir a sua área de vinha, investindo noutra cultura, mas também promovendo o aumento de vendas, gerando mais valor para a região. 

Descontente com as dificuldades burocráticas que têm impedido o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) de cumprir os seus planos de promoção anuais - como instituto público que é carece de autorizações da tutela que chegam tarde, além de ver os seus saldos de gerência cativados -, a AEVP decidiu aproveitar o PRR para avançar com um reforço da promoção além-fronteiras, numa iniciativa global de apoio aos vinhos portugueses. Tem cinco milhões de euros para três anos.

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