O Porto e Norte de Portugal foi o destino de férias preferido dos portugueses durante o ano passado e o segundo destino eleito pelos espanhóis, por uma curta diferença de 30 mil dormidas face a Lisboa e Vale do Tejo. Em 2017, a região bateu todos os recordes com 7,4 milhões de dormidas e as receitas de hotelaria, que cresceram 20,5%, praticamente duplicaram face ao valor registado apenas três anos antes.
Segundo os dados compilados pelo Instituto Nacional de Estatística, analisados a nível regional pela entidade regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), que irá divulgá-los na próxima semana, na Bolsa de Turismo de Lisboa, o Porto e Norte de Portugal foi o destino preferido de portugueses e espanhóis, num verdadeiro mercado ibérico que cresceu 6,5% (mais 134,6 mil dormidas face a 2016) no ano passado.
“Em dezembro fomos o primeiro destino do mercado nacional, com um crescimento de quase 12%, e ultrapassamos os 7 milhões de dormidas que tínhamos previstos alcançar em 2020”, comentou Melchior Moreira, presidente da TPNP.
Os portugueses foram o principal motor dessa evolução, com mais 3,6% de dormidas, face ao aumento de 2,9% nas pernoitas de espanhóis. Enquanto os portugueses foram responsáveis por 3,2 milhões de dormidas durante o ano, os espanhóis compraram 473,7 mil dormidas na hotelaria do Porto e Norte. A região de Lisboa recebeu apenas cerca de mais 30 mil dormidas de espanhóis, num total de 501 mil.
A hotelaria do Porto e Norte duplicou os proveitos de aposento em 2017 face aos obtidos poucos anos antes, em 2014, passando de 178,2 milhões de euros para 324,4 milhões de euros, respetivamente, o que correspondeu, só no ano passado, a um aumento de 20,5%. Nos proveitos totais, que incluem outras fontes de receitas da hotelaria, como restauração e bebidas, a evolução de 2017 foi também excecional face ao ano anterior (+18,9%), ultrapassando 430 milhões de euros.
Em comparação com outras regiões do país, o Porto e Norte de Portugal continuou a ocupar a terceira posição em número de hóspedes estrangeiros, com 2,032 milhões de hóspedes. O Algarve manteve o primeiro lugar nesse ranking, ficando a Área Metropolitana de Lisboa em segundo.
Enquanto a estada média diminuiu 1,2% a nível nacional durante o ano passado, pressionada pela quebra de 5,7% no Algarve para 3,55 noites, e na Madeira para 5,29 noites, no Porto e Norte o tempo de permanência dos hóspedes na hotelaria aumentou ligeiramente (1%) para 1,69 noites, subindo a taxa de ocupação 2,4 pontos percentuais para 34,3% - acima da média nacional de 32,1% e da evolução durante 2017, de 1,8 pontos percentuais. No último mês do ano, pela primeira vez, também o rendimento médio por quarto disponível (revpar) na região superou a média nacional, de 28,3€ em dezembro, situando-se em 29,6€. Apesar da melhoria deste indicador ao longo do ano, para 42,2€ face à média nacional de 50,2€, a região continua abaixo das recordistas de Lisboa (72,6€), do Algarve (53,2€) e da Madeira (51,5 €).
Maior presença na BTL sem verbas de promoção
A presença da região de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) na Bolsa de Turismo de Lisboa, que se realiza entre quarta-feira e domingo, na FIL, será a maior de sempre, com mais de mil metros quadrados de exposição dedicados à promoção turística. Contudo, a entidade regional continua sem ver descativadas pelo Ministério das Finanças as verbas para a promoção turística junto do mercado interno e do espanhol, que assegurariam ações de promoção como a participação no referido certame. Cerca de uma centena de parceiros, presentes no mesmo espaço reservado ao Norte, asseguraram a presenção da entidade pública na mostra, num "verdadeiro exemplo de parceria público-privada em prol da região", segundo Melchior Moreira. "87% dos custos da nossa presença são assumidos pelos parceiros. Os 13% que são pagos pela TPNP foram retirados dos custos de funcionamento por forma a poder assumir a nossa presença na BTL", explicou o responsável. Em janeiro, as verbas cativadas pelas Finanças ao TPNP deixaram em risco a continuação do funcionamento da entidade, nomeadamente das lojas de turismo do Aeroporto do Porto e da estação de S. Bento, tal como avançado pelo JN/Dinheiro Vivo, tendo sido apenas parcialmente desbloqueadas para assegurar despesas de funcionamento.