No ano passado, foram aprovados pagamentos de 3,5 mil milhões de euros do Portugal 2020. Em conferência de imprensa, esta terça-feira, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, descreve os resultados da execução do Portugal 2020 no ano passado como "surpreendente". Para o ministro, as verbas disponibilizadas por este quadro tiveram mesmo "um contributo importante na mitigação da crise pandémica na economia portuguesa" ao longo do ano passado.
"Em 2020 executou-se tanto quanto no melhor ano até agora, que foi 2019", detalhou o ministro do Planeamento.
De acordo com o boletim dos fundos da União Europeia, divulgado esta segunda-feira, Portugal terminou 2020 com 57% de execução dos fundos. A dotação total do Portugal 2020 é 25 860 milhões de euros.
No fim do ano passado, tinham sido executados 14 676 milhões de euros do Portugal 2020, ficando em falta 11,2 mil milhões de euros para os próximos três anos.
"É uma boa surpresa, que temos aqui na prática quase igualado o melhor ano. Também nos permite avaliar a dificuldade do caminho que temos para seguir até 2023", destaca Nelson de Souza. Feitas as contas, o ministro nota que os 43% que ainda falta executar ao longo dos três próximos anos resultam numa execução de cerca de 14% por ano, em média.
Ministro confiante na execução total do Portugal 2020
Sobre esta meta, o ministro refere que o país tem "naturalmente de planear e concretizar muito bem a nossa execução", mas que o "esforço não é marginal nem assim tão impossível" de executar, diz. "Em vez dos 12% (média de execução dos últimos anos) que temos tido temos de ter mais 2 pontos percentuais."
Questionado sobre se o Governo está tranquilo em relação à possibilidade da execução total do Portugal 2020, Nelson de Souza afirma que ficou "muito mais tranquilo com os resultados de 2020". "Logo no primeiro trimestre, quando nos apercebemos da severidade dos efeitos na economia da crise sanitária, temi que resultassem em impactos muito mais acrescidos para a execução", refere. "Percebemos que em matéria de execução, diria que até foi nos melhores anos de execução, aprovação e pagamentos dos fundos estruturais."
"As dinâmicas recentes mostram que é possível executar tal como está programado", aponta.
Já sobre a comparação com outro Estados-membros da União Europeia, Nelson de Souza refere que Portugal "continua na mesma", estando "insistentemente na linha da frente em matérias de execução", notando em alguns casos diferenças até 6 pontos percentuais acima de execução.