Uma ponte liga duas margens. Uma das mais longas pontes pedonais suspensas do mundo está em Arouca, distrito de Aveiro, e foi o local escolhido pelo governo para mostrar a portugueses e estrangeiros a campanha promocional que quer captar mais turistas para o destino Portugal. Inserida no plano de reativação do turismo e construção do futuro, apresentado há dias, estas campanhas contam com vários canais de distribuição, mas com um foco especial nas redes sociais. O País vai investir 10 milhões de euros por ano na promoção.
Os mercados de proximidade são o ponto de partida neste piscar de olho aos viajantes. Portugal, Espanha e Reino Unido são alguns destes mercados primordiais e nem a saída de Portugal da lista verde de Inglaterra muda o plano. Até porque, reitera o ministro da Economia, "não conseguimos perceber essa decisão", mas a Portugal cabe "continuar a fazer o nosso trabalho sobretudo no sentido de assegurar que estamos preparados para receber os que nos querem visitar".
Com o nome #Tempo de ser/#Time to Be, esta campanha aposta na valorização dos ativos nacionais do turismo e está orientada para os mercados que demonstram abertura para as viagens turísticas, e tentando incentivar os viajantes a conhecer ou recordar Portugal com cinco vídeos. "Acreditamos que este é o momento de ser, o tempo de ser. Porque sem viagens, sem mobilidade, sem a nossa capacidade de nos encontrarmos com amigos, familiares, não somos completos. É um tempo de ser, que se transforma em tempo de surfar, de provar a nossa gastronomia, tempo de caminhar e atravessar pontes. É esta a mensagem que esta campanha traz. Uma campanha que traz uma diferenciação, que pretende a conversão mas que é focada em captar cada vez mais fãs para a marca Portugal", explicou o presidente do Turismo de Portugal, na cerimónia de apresentação da campanha de promoção nacional e internacional.
Luís Araújo explicou também os mercados considerados até 2019 como estratégicos e de aposta estão nestas próximas campanhas, inseridas em quatro níveis. "No nível um, o mercado de proximidade, que temos Portugal e Espanha. Mas temos mercados que nos conhecem muito bem como o Reino Unido, Alemanha e Espanha. O nível dois com mercados de grande potencial de crescimento e aqui temos EUA (...) O nível três também muito dependente desta retoma da capacidade aérea, em que se inclui países como a Polónia, a Áustria e a Suíça. E o nível quatro com atuação muito seletiva e flexível, que tem muito a ver com sudeste asiático" e Médio Oriente.
"Portugal é hoje um destino turístico de elevado valor. Crescemos sobretudo em valor. Aumentámos os preços dos produtos, aumentámos a capacidade de retenção de receita no nosso País. De todos os países mediterrâneos, Portugal é hoje o segundo país que mais receita por visitante estrangeiro consegue obter. Os turistas estrangeiros que nos visitam deixam mais dinheiro em Portugal do que aqueles que visitam a Itália, a Grécia ou a Turquia. Na verdade, estamos a fazer um caminho de notoriedade internacional à custa de uma capacidade de encontrarmos novos motivos de atração por maior valor acrescentado", acrescentou o ministro da Economia.
Siza Vieira revelou ainda que, dentro de alguns dias, Portugal vai poder receber turistas norte-americanos que tenham um certificado de vacinação que ateste que receberam já duas doses de uma das vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento. O governante acredita ainda que esta campanha, que apresenta digamos que cinco realidades turistas nacionais - Surf, o Enoturismo e a Gastronomia, o Sol e Mar, a Natureza, as Cidades, as Aldeias e o Património - vai ter efeitos já neste verão e que 2021 pode ser ligeiramente melhor que 2020.
"Não tenho dúvidas que esta campanha vai ter efeitos já neste verão. A partir do momento em que os cidadãos britânicos souberam que podiam viajar para Portugal, imediatamente correram a fazer reservas. Sabemos que existe uma procura por viagens e que está neste momento reprimida por questões administrativas, sanitárias. Uma vez que normalizemos a questão sanitária, que tenhamos a capacidade para retomar a capacidade aérea o que toda a gente estima que durante o verão possa ocorrer, não tenho dúvidas de termos alguma capacidade turística", assumiu ainda Pedro Siza Vieira.