No leilão para o solar flutuante em barragens, realizado nesta segunda-feira, Portugal bateu um "novo recorde" devido a ter registado o "preço mais baixo de energia mundial", de acordo com o Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Dos sete lotes, apenas um não foi adjudicado, o de Castelo de Bode.
Dos 263 megawatts (MW) disponíveis, foram atribuídos 183 MW, tendo concorrido quatro empresas: EDP, Endesa, Finerge e Voltalia.
O lote com a tarifa mais baixa do mundo atingiu -4,13 €/MWh (o equivalente a 110% de desconto à tarifa de referência fixada inicialmente pelo Governo). "Esta é uma tarifa cerca de 137% inferior à mais baixa tarifa obtida no leilão solar de 2020, até então considerada a mais baixa do mundo (11,14 €/MWh)", pode ler-se no comunicado do Governo.
A empresa EDP Renováveis liderou, em termos de capacidade adjudicada, tendo um total de 70 MW, enquanto que a Finerge somou três lotes.
De acordo com a equipa agora liderada por Duarte Cordeiro, com o fecho desta fase do leilão, registam-se "ganhos para os consumidores de eletricidade na ordem dos 114 milhões de euros a 15 anos, o equivalente a cerca de 7,6 milhões de euros ao ano", valor correspondente a um ganho unitário de cerca de 620 mil euros por cada MW adjudicado (15 anos).
Na modalidade de Compensação ao Sistema Elétrico Nacional (SEN), "obteve-se uma contribuição média ponderada de aproximadamente 47,4 mil euros por MW/ano, traduzindo-se numa receita fixa e garantida para o SEN na ordem dos 4 milhões de euros por ano", indica o Ministério.
A EDP, através da subsidiária EDP Renováveis, obteve o direito de ligação à rede de eletricidade para uma capacidade de 70 MW em Alqueva (dos 100 que estavam a concurso).
Por sua vez, a Finerge, produtora de energia renovável, venceu três lotes no leilão, que correspondem às albufeiras de Paradela (13 MW), Salamonde (8 MW) e Vilar-Tabuaço (17 MW), num total de 38 MW.
Já a Endesa ganhou o direito de ligação dos 42 MW leiloados na barragem do Alto Rabagão, Montalegre, para a instalação de um projeto de energia solar fotovoltaica flutuante com investimento de 115 milhões de euros.
A Voltalia, conforme noticiou o Público, ficou com o lote do Cabril (33 MW), perfazendo assim os 183 MW atribuídos no leilão.
Por adjudicar ficou o lote em Castelo de Bode, que tem uma capacidade de receção de 50 MW, tendo havido apenas um licitante, que tem um prazo de cinco dias úteis para fazer uma oferta de licitação melhorada.
De acordo com o Ministério do Ambiente, este foi "mais um passo na intensificação do aproveitamento dos recursos solares nacionais e na aposta de fontes renováveis, que permitem reduzir a fatura energética e diminuir a dependência energética de fontes não renováveis".
Com Lusa