Portugal é o 17.º país europeu com mais patentes académicas

Relatório da Organização Europeia de Patentes mostra que universidades representam 34% das patentes requeridas por entidades portuguesas. Universidade do Porto lidera.
Entre 2000 e 2020 houve 39 instituições de ensino superior nacionais que apresentaram pelo menos um pedido de patente. Foto: Artur Machado/GI
Entre 2000 e 2020 houve 39 instituições de ensino superior nacionais que apresentaram pelo menos um pedido de patente. Foto: Artur Machado/GI
Publicado a

Entre 2000 e 2020 as universidades portuguesas acumularam 818 patentes, o que corresponde a uma fatia de 0,76% de todas as patentes académicas (107 198) de um conjunto de 34 países europeus, colocando Portugal em 17.º lugar, revela um relatório do Observatório de Patentes e Tecnologia da Organização Europeia de Patentes (OEP) publicado hoje. Foram 39 as instituições de ensino superior nacionais que nestas duas décadas apresentaram pelo menos um pedido de patente, e 34% das patentes requeridas por entidades portuguesas à OEP nesse período foram de universidades, um número bem acima da média dos países analisados.

A Universidade do Porto foi a que mais patentes europeias somou, com um total de 207, seguida da Universidade Nova de Lisboa, com 155, da Universidade de Lisboa, com 148, da Universidade do Minho, com 131, e do Instituto Superior Técnico, com 115 patentes europeias registadas, revela o estudo “O papel das universidades europeias na patenteação e inovação”. 

No topo deste ranking europeu encontram-se a Alemanha (25 822 patentes, 24% do total), a França (19 265, 18%), o Reino Unido (13 144, 12,3%) e a Itália (7088, 6,6%). A análise, que abrangeu 1203 universidades europeias, revela que as patentes académicas representavam 10,2% de todos os pedidos apresentados à OEP por requerentes europeus em 2019. Trata-se de um crescimento em comparação com os 6,2% do ano 2000. “Olhando para este período como um todo, apenas um terço das invenções académicas foram patenteadas diretamente pela universidade do inventor. No entanto, a política de propriedade intelectual tem estado a mudar, com um aumento dramático na proporção de invenções académicas submetidas diretamente. Em resultado, submissões diretas de patentes representavam 45% das patentes académicas em 2019, uma subida dos 24% em 2000”, lê-se no relatório. 

Os números revelam ainda que Portugal é um dos países em que a percentagem de startups que nascem de invenções académicas, e que pedem patente em conjunto com a universidade, é maior (31%), a seguir a França 49%), Espanha (45%) e Bélgica (35%). 


Universidades europeias com mais patentes
Metade dos pedidos foram feitos por apenas 5% das 1203 universidades, cada uma com mais de 250 pedidos entre 2000 e 2020. No top 3 está a francesa Universidade Grenoble Alpes, com 3348 pedidos, a suíça ETH Zurique, com 2219, e a alemã Universidade Técnica de Munique, com 2183 pedidos de patente europeia. Os dados revelam ainda que a área farmacêutica foi a que mais registos somou (24 944), seguida da biotecnologia (22 870). 

António Campos, o português presidente da Organização Europeia de Patentes, que assina a introdução do relatório, diz que “a Europa tem uma longa tradição de excelência académica, mas por vezes temos dificuldade em transformar a investigação em sucesso comercial. Tal como recentemente enfatizado no relatório Draghi, a comercialização de investigação académica devia ser uma preocupação prioritária da Europa”, e as universidades são essenciais para “manter a competitividade europeia”.  

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt