Portugal é o sétimo país do mundo com melhor proficiência em inglês, de acordo com o relatório EF English Proficiency Index (EF EPI) que analisa dados de 2,2 milhões de falantes não nativos de inglês, em 100 países e regiões.
Porto é, pelo segundo ano consecutivo, a cidade portuguesa onde melhor se fala inglês. Com Coimbra a ocupar o 2.º lugar e Braga o 3.º o pódio nacional fica completo.
No entanto, Lisboa, que arrecadou o primeiro prémio há dois anos, não foi além do 4.º lugar nesta edição.
Num ranking liderado pela Holanda, Portugal surge ainda atrás da Dinamarca (2.º), Finlândia (3.º), Suécia (4.º), Noruega (5.º) e Áustria (6.º). Depois de no ano passado ter entrado pela primeira vez no estrito grupo de países com "elevada proficiência" em inglês, Portugal obtém este ano o seu melhor resultado.
O estudo conclui também que a nível mundial as mulheres falam inglês melhor do que os homens, no entanto a disparidade é cada vez menos evidente quando comparada ao que se comprovou em edições passadas.
Em Portugal, e tal como já se tinha registado anteriormente, os homens conseguiram obter melhor classificação dos que as mulheres. Ainda assim, as mulheres portuguesas também atingem este ano um nível "muito elevado" de inglês - 61,3 pontos -, um valor bastante superior à média dos homens de todo o mundo - 49,8 pontos.
Num relatório que mostra uma correlação entre a fluência em inglês e o poder de compra, qualidade de vida, inovação e um conjunto de outros indicadores socioeconómicos, os jovens portugueses com idades compreendidas entres os 21 e os 25 anos continuam a ser os melhores qualificados no EPI.
No entanto, apesar desta correlação positiva entre a fluência na língua inglesa de uma região e o valor médio do seu rendimento bruto, Portugal encontra-se entre os três países com nível de proficiência em inglês "muito elevado", mas abaixo da linha de correlação com o rendimento médio nacional líquido per capita.
Também no que respeita ao desenvolvimento e retenção de profissionais e ao aumento salarial, do PIB e da produtividade existe uma correspondência direta aos níveis de inglês. Também nestes parâmetros Portugal foge à tendência e apresenta níveis exponencialmente baixos face à população fluente que possuí.
Ainda assim, há fatores positivos e, no que respeita à correlação da proficiência de inglês e a publicações de artigos científicos, Portugal prospera com 60% dos artigos do Nature Index - que avalia a qualidade dos mesmos - a serem colaborações internacionais, uma proporção maior do que nunca.
Constança Oliveira e Sousa, responsável pela EF Portugal, defende que "hoje, cientistas e engenheiros simplesmente não podem perder a inovação global por causa de barreiras linguísticas".