Ao longo deste terceiro trimestre, Portugal pretende realizar três leilões de bilhetes do Tesouro, ou seja, emissão de dívida de curto prazo, de acordo com a informação enviada pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). O primeiro leilão será já no próximo dia 21 de julho, em que a República vai relançar uma linha de seis meses e lançar outra com maturidade de 12 meses. Com esta operação, a agência que gere o crédito público espera obter entre 1250 e 1500 milhões de euros.
O IGCP prevê regressar ao mercado no dia 18 de agosto com a reabertura com um leilão de dívida a 3 e a 11 meses, no qual espera obter entre 750 milhões de euros e mil milhões de euros. O último leilão do trimestre está previsto para 15 de setembro, com um leilão de bilhetes a 6 e a 12 meses, em que a agência de gere o crédito público entre 1000 e 1250 milhões de euros.
"No próximo trimestre [o terceiro], o IGCP prevê emissões de OT através de leilões, sendo esperadas colocações de 750 a 1.000 milhões de euros por leilão. Os leilões de OT terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e poderão ser realizados à 2ª ou 4ª quartas-feiras de cada mês após anúncio do montante indicativo e linhas de OT a reabrir até três dias úteis antes da respetiva data de leilão", diz o IGCP em comunicado.
No final de abril, o ministro das Finanças, João Leão, no parlamento, avança que o Estado já tinha conseguido assegurar quase dois terços das necessidades de financiamento para este ano.
"Portugal, neste momento, já financiou 60% das necessidades anuais e com taxas de juro historicamente baixa", adiantou o titular das Finanças na comissão de Orçamento e Finanças, sublinhando que o conseguiu fazer com taxas negativas na dívida de longo prazo. "É a primeira vez na nossa história que emitimos dívida a 10 anos com juros negativos", frisou.
Para este ano, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) indicou que "o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado deverá situar-se em cerca de 14 mil milhões de euros". De acordo com o plano anunciado pelo instituto liderado por Cristina Casalinho, "a estratégia de financiamento para 2021 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário".