"Os fundos oportunistas compraram dívida pública e perderam interesse com a queda das taxas de juro, mas tivemos uma renovação de investidores consoante o nível de taxas e de liquidez no mercado secundário. À medida que vamos normalizando, alguns investidores deixaram de estar interessados em investir em dívida e passaram a estar interessados noutras oportunidades e ativos", disse João Moreira Rato. . O presidente do IGCP sublinhou que "há potencial para, a seguir ao mercado de obrigações, os investidores apostarem em outros mercados, como o acionista, o que é bom para a economia". . "Depois da emissão a 10 anos, ficam 9 mil milhões de necessidades para financiar até ao final de 2014, de um total de 20,9 mil milhões", revelou. . O responsável sublinhou que "os investidores querem ver um fluxo de ajustamento das contas de forma a que num prazo curto possa haver uma inflexão da dívida. A velocidade desse ajustamento depende do que a economia permite. Os investidores estão bastante conscientes desse 'fine tuning' das medidas". . "O sindicato bancário não representa uma garantia de subscrição, não existe essa rede de proteção", salientou. . João Moreira Rato disse ainda que "os fundos de investimento estão a regressar à nossa dívida, em detrimento dos hedge funds devido à descida das taxas. Em muitas fases de pouca procura, os hedge funds foram os primeiros a apostar em divida pública, agora representam uma parte menor e os gestores de fundos uma parte maior, tal como acontece em outros paises europeus". . "A extensão dos prazos da dívida em 7 anos alivia o periodo de transição que a divida vai ter em matéria de refinanciamento. este é o resultado da negociação. Os próximos anos são um período de transição para uma estrutura de financiamento", revelou. . Sobre os contratos swaps, o responsável disse que "existe sempre risco. A partir do momento em que se emite divida existe a probalidade de mais tarde as taxas baixarem, depende do mercado. Os swaps só permite escolher o risco de retorno que faz mais sentido. Foram usados vários critérios na classificação das transações: a complexidade, a opacidade, a alavancagem/toxicidade e 'day1 pv' que é o custo inicial das transações no primeiro dia".