A DreamShaper, startup que se dedica à tecnologia aplicada à educação, está a recrutar nos próximos 12 meses cerca de 60 trabalhadores para Portugal, Brasil, Espanha, Hungria e Colômbia. Gestão executiva e administração, tecnologia, learning experience, marketing, vendas e operações pedagógicas, suporte e customer success são os departamentos onde os talentos vão ser inseridos a tempo inteiro. Além das competências técnicas pedidas, a portuguesa aposta nas competências sociais e emocionais, que são cada vez uma mais-valia no mundo do trabalho.
A edtech (junção entre educação e tecnologia), que conta com mais de 700 mil utilizadores, fundada por três portugueses, João Borges, Pedro Queiró e por Miguel Queimado, é especializada em desenvolver ferramentas online para apoio à implementação de metodologias, que interligam os professores e alunos através do ensino-aprendizagem (sistema de interações comportamentais).
Ao Dinheiro Vivo, o cofundador, João Borges, explica que "as instituições estão a migrar rápido para modelos de ensino-aprendizagem, mais interligados com o mundo real, adequados ao perfil do aluno e ao mercado de hoje. A DreamShaper dá resposta a estas necessidades, desde o ensino básico ao superior, desenvolvendo ferramentas de trabalho ajustadas às instituições".
Mas, e que valências procura a startup nos talentos para integração nos vários departamentos? As competências técnicas são importantes, mas "[é fulcral ter] boas competências socioemocionais", as chamadas soft skills (competências orgânicas). E quais saltam à vista? "[Os novos talentos devem ser] perseverantes, [ter] vontade de aprender, colaborativos, com postura de resolução de problemas".
Com 60 trabalhadores, metade dos quais estão em Portugal, é no país que está o maior investimento, estando a equipa de tecnologia instalada na UPTEC-Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. "Os departamentos centrais estão baseados [em terras portuguesas]", esclarece o cofundador.
A empresa já tem escritórios no Lisboa, Porto, Madrid, Budapeste, São Paulo e Bogotá. Além-fronteiras é do país irmão, o Brasil, de onde chega metade da receita a nível global. "Temos feito bastante investimento no Brasil e Espanha, onde temos equipas locais de vendas, operações e suporte". Mas, ainda contam com uma equipa internacional que garante o trabalho em países "como França, México e Emirados Árabes Unidos", atesta o responsável. Está previsto lançarem-se aos mercados do Chile e Perú, partindo da Colômbia.
A ronda de investimentos foi acordada em novembro de 2019. Em 2020 e 2021 a Alpac Capital investiu dois milhões de euros e, este ano, fechou a ronda com 1,5 milhões, totalizando os 3,5 milhões de euros.
A startup, com duplo nascimento e nacionalidade, lançou-se no Brasil com apoio de institutos e fundações locais e internacionais e criou o produto em 2008 para apoiar a missão de uma Organização Não Governamental (ONG), Acredita Portugal, "fundada pelos mesmos criadores da empresa". Em 2015, renasceu e desenvolveu um produto de raiz, direcionado para o setor da educação e entre esse ano e 2017, a plataforma foi testada "com mais de 100 mil alunos". Em 2018 começaram a comercializar o produto.
A educação está a evoluir para modelos mais ativos e práticos, mais digitais, personalizados e mais autónomos. A startup quer continuar a ser uma "grande referência [a nível] mundial quando se trata de tecnologia de ativa. Penso que estamos a construir um caminho sólido e sustentável nessa direção", conclui João Borges.