
A firma de investimento portuguesa Indico Capital Partners é uma das novas investidoras na startup de satélites FOSSA Systems, depois de ter co-liderado uma ronda Série A na ordem dos 6,3 milhões de euros. A injeção de capital permitirá à startup expandir a sua constelação de satélites para Internet das Coisas (IoT), cujo foco é a gestão remota de ativos para clientes industriais.
De acordo com o fundador e presidente da Indico, Stephan Morais, o investimento é feito através do Indico Blue Fund – sendo que a firma lançou recentemente um novo fundo virado para startups portuguesas de tecnologia, o Indico R&D Fund. A FOSSA é uma startup espanhola que abriu um centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Lisboa no ano passado, tendo planos para alargar a presença e o número de trabalhadores em Portugal.
“A sua solução responde a uma necessidade crítica de conectividade IoT em áreas remotas, num mundo onde a monitorização e o rastreio fiáveis de ativos são muito valorizados, nomeadamente no oceano”, sublinhou Stephan Morais.
Prevê-se que o mercado global de IoT cresça 20% ao ano até 2030, atingindo os 4 mil milhões de dólares, e a FOSSA quer uma fatia desse bolo.
No anúncio do investimento, a startup referiu que os fornecedores terrestres cobrem apenas 20% da terra e os operadores de satélites tradicionais têm um custo elevado. A empresa quer posicionar-se como alternativa em sectores como a agricultura, silvicultura, extração de recursos, logística, energia e defesa, oferecendo acesso de baixo consumo com resposta rápida.
A FOSSA também caracteriza a sua constelação de satélites IoT como suporte a iniciativas sustentáveis em ambientes offshore de difícil acesso – por exemplo, energia, aquacultura ou monitorização dos oceanos.
Sediada em Madrid, a tecnológica é liderada pelo CEO e cofundador Julián Fernández, que sublinhou a importância do investimento para “acelerar drasticamente o tempo de comercialização da FOSSA” e consolidar a sua posição no mercado de soluções de IoT por satélite.
Recentemente, a startup assinou um acordo com a Microsoft que prevê o fornecimento de conectividade IoT por satélite para casos de utilização na agricultura. Outros sectores onde a base de clientes está a aumentar são o marítimo, logístico, energético e de segurança nacional.
A startup tem uma constelação de 17 nanossatélites, lançados em órbita a partir de 2021, que fornecem uma rede de comunicação para os clientes industriais monitorizarem ativos remotos. O objetivo é chegar a uma rede de 80 satélites capazes de fornecer comunicações de baixa latência em todo o mundo.