Portugueses navegam mais na net com confinamento: tráfego de dados fixos sobe 8%

Quando comparado com os valores pré-pandemia regista-se uma subida de 71% do tráfego de dados e de 24% nos de voz, segundo dados da Anacom.
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É um comportamento que desde março tem sido habitual: confinados os portugueses usam mais internet e as telecomunicações fixas e móveis. Na semana do regresso ao confinamento geral, de 11 a 17 de janeiro, o tráfego de dados aumentou 8% e tráfego de voz aumentou 3% face à semana anterior. Quando comparado com os valores pré-pandemia regista-se uma subida de 71% do tráfego de dados e de 24% nos de voz, segundo os dados da Anacom. O tráfego de encomendas postais manteve-se face à semana anterior.

"Em comparação com a semana anterior, o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram 2% e 3%, respetivamente. O tráfego de dados fixos aumentou 8% face à semana anterior e o tráfego de dados móveis não registou alterações", revela o regulador.

Durante o Estado de Emergência, iniciado a em março do ano passado, "o tráfego de voz fixa cresceu, em média, 53% acima da tendência de crescimento do período pré-covid-19, enquanto a voz móvel cresceu 36%. Após esse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias foi entre 46% e 47%, no caso do tráfego de voz fixa, e entre 34% e 38% no caso da voz móvel", descreve a Anacom.

Com a entrada em vigor do Estado de Contingência, em meados de setembro do ano passado, e posteriormente do Estado de Calamidade, no mês seguinte, "o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram adicionalmente 1,6% por semana e 0,8% por semana, respetivamente, face ao período anterior."

"Com a entrada em vigor do segundo Estado de Emergência, em 9 de novembro 2020, registou-se um abrandamento devido à ocorrência de feriados no mês de dezembro", refere o regulador, realçando que, desde o início da pandemia, "nas semanas em que ocorreram feriados o consumo de tráfego de voz fixa e móvel diminuiu (-8%). Da mesma forma, durante o mês de agosto registou-se uma queda de 10% do tráfego de voz fixa e móvel."

Consumo de dados cresce com pandemia

As restrições à movimentação e o confinamento levou a um aumento do consumo de dados, sendo os dados fixos quem mais cresce. "Estima-se que durante o Estado de Emergência, iniciado em 19 de março de 2020, o tráfego de dados fixos tenha crescido cerca de 49% acima da tendência de crescimento do período pré-covid-19. Após esse período, o crescimento atribuível às medidas excecionais e extraordinárias variou entre 31% e 36%", indica a Anacom

"Com a entrada em vigor do Estado de Contingência, em 15 de setembro de 2020, e posteriormente do Estado de Calamidade, em 15 de Outubro de 2020, verificou-se, tal como no caso do tráfego de voz, uma nova aceleração do tráfego de dados, embora com um crescimento adicional superior (+1,6% por semana)", informa.

No segundo Estado de Emergência (9 de novembro 2020) "atingiram-se dois novos máximos históricos no tráfego de dados fixos, coincidentes com as semanas onde foram concedidas tolerâncias de ponto e em que ocorreu um feriado (semanas terminadas em 06.12.2020 e 13.12.2020). O tráfego de dados móveis registou um aumento durante o período de Verão, tal como historicamente vem acontecendo, e que coincidiu com a generalidade do período de Estado de Alerta."

"O tráfego de dados fixos é o tipo de tráfego que apresenta o maior desvio face à semana anterior à declaração de pandemia (+75%), e representa 96% do total do tráfego de dados", destaca a Anacom.

O tráfego de voz móvel, que representa 89% do total do tráfego de voz, subiu 24% em relação ao período anterior à pandemia. "O tráfego de voz fixa ficou 18% acima do registado nessa altura", diz.

Quando comparado com o período pré-covid, o número de acessos em local fixo cresceu 2,2% e o de acessos móveis 0,7%. "Os planos móveis pós-pagos aumentaram 2,8%, enquanto os pós-pagos residenciais tiveram um acréscimo de 3,4%."

Encomendas em picos de crescimento

O número de encomendas enviado e recebido na primeiro semana de confinamento manteve-se face à anterior, embora tenha registado um aumento de 8% face ao período pré-covid.

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