O aumento do IVA na restauração está a afetar o consumo do café, de acordo com a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), que revela que o consumo de um em cada quatro cafés portugueses já é feito em casa. Há duas décadas que o segmento do consumo doméstico não ultrapassava os 20% e as perspetivas para 2013 são de maior diminuição devido à retração do consumo, ainda que o preço do café não deva subir para o ano. . No ano passado, foram consumidas 36.500 toneladas de café em Portugal, tendo apenas sido exportadas 9.600 toneladas. Uma vez que a maioria do mercado nacional (90%) é dominado por apenas seis empresas - Delta (líder de mercado), grupo Nestlé (com as marcas Nespresso, Buondi, Sical, Cristina e Tofa), Nutricafés (com Chave d'Ouro e Nicola), grupo Newcoffee (com Lavazza, Bogani, Sanzala, Caffécel, Cafeeira), Torrié e Segafredo -, a presidente da AICC, Maria José Barbosa, considera que as restantes "30 ou 40 empresas, que dividem 10% do mercado nacional vão ter de expandir para o mercado externo", de preferência "em parceria, evitando a sobreposição de recursos". . A AICC reuniu-se, hoje, no Porto, para debater o tema "Exportar sabores e aromas do café com marca Portugal". Pedro Reis, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), participou no encontro e apontou caminhos possíveis para as exportações também daquele produto torrado e misturado em Portugal. "O mercado da saudade, trabalhado de uma forma «agressiva», pode permitir captar segmentos de portugalidade e de costumes que abrem espaço para ganhar mercado; também no Norte da Europa, não tenho dúvidas que, a nível de qualidade, nos batemos de igual para igual com as marcas de maior craveira".