No ano passado, com o disparar dos preços do alojamento e da restauração no litoral, em regiões como o Algarve e Lisboa, em pleno verão, muitas entidades vieram afastar a nuvem de que grande parte dos portugueses não consegue acompanhar estes aumentos. De facto, o poder de compra nacional está longe dos endinheirados norte-americanos, que aqui chegam cada vez em maior número, ou da maioria dos europeus - alemães, franceses, britânicos - e a economia nacional precisa deles. E é também verdade que o nosso Portugal já tem alojamentos de qualidade em toda a sua extensão geográfica, há muita oferta e é preciso torná-la o menos sazonal possível. E nisto os portugueses são fundamentais. Só que o que era antes acessível até à classe média, é cada vez menos hoje (e amanhã, como será?). É o que empurra também muitas famílias para destinos fora do país, e nem precisam de viajar de avião, basta ver as matrículas de carros portugueses junto às praias do sul de Espanha, por exemplo, onde fazer férias pode sair mais barato do que na vizinhança algarvia.