Preços do cobre sobem 12% desde o início do ano

Valorização da matéria-prima aproxima-se dos dez mil dólares por tonelada, fixando o nível mais elevado desde junho de 2022, reporta uma análise da corretora XTB. Expansão da capacidade de produção de cobre refinado na China estará na origem desta evolução.
Preços do cobre sobem 12% desde o início do ano
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Os preços do cobre aumentaram quase 12% desde o início do ano, aproximando o valor da matéria-prima dos dez mil dólares por tonelada, dá conta uma análise da corretora XTB enviada à redação, esta terça-feira.

"Desde o início do ano, os preços do cobre aumentaram quase 12%, o que não parece ser uma grande subida quando comparado com o ouro, a prata ou o petróleo, sem mencionar o fenómeno do cacau. Por outro lado, os preços atingiram o seu nível mais elevado desde junho de 2022, aproximando-se do nível de dez mil dólares por tonelada", lê-se.

A subida dos preços do cobre é justificada com o crescimeto da atividade industrial na China, considerando que, nos primeiros três meses do ano, a produção industrial do Estado chinês cresceu 6,1%, em termos homólogos.

A tendência de crescimento é associada "a uma expansão bastante forte da capacidade da produção na China em termos de cobre refinado", na sequência do "aumento significativo da capacidade de transformação", que conduziu o setor "a uma crise neste setor".

"As margens relacionadas com o processamento de concentrados diminuíram para quase zero, levando a associação de fundições de cobre na China a planear uma redução da produção até 10% este ano. As margens diminuíram devido ao aumento da concorrência na China e a nível mundial, e a um défice no mercado de concentrados, na sequência do encerramento inesperado da mina de Cobre Panamá da First Quantum Minerals e dos cortes de produção da Anglo American", lê-se.

A analise da XTB destaca, por outro lado, que a recuperação económica da China - a meta de crescimento para 2024 é de 5%, após registar uma subida do PIB de 5,2%, em 2023, e de 3%, em 2022 - associada "às perspetivas de cortes nas taxas de juro nos EUA ou na Europa", fazem prever "que o crescimento da procura de cobre continue este ano".

"Com uma produção limitada, poderá surgir uma situação de défice. Assim, a menos que as empresas chinesas decidam reduzir a produção, mesmo com uma procura moderadamente crescente, o aumento do preço do cobre poderá ser limitado", conclui a corretora.

À hora da publicação deste artigo, os contratos futuros de cobre para três meses desvalorizavam 1,19%, para 9 467,50 dólares, na Bolsa de Metais de Londres (London Metal Exchange). Já os contratos futuros de cobre para um mês, nos Estados Unidos, caíam 1,80%, para 4,2988 dólares.

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