A fatura nos restaurantes e hotéis já está mais cara por causa da inflação. O aumento dos custos na operação destas empresas com matérias-primas, energia e transporte já se traduz na conta final do cliente que está a pagar um acréscimo de 15% na despesa, revela a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), esta quarta-feira, 25.
A associação diz que, ainda assim, está a ser feito um esforço por parte dos empresários para que o impacto no consumidor não seja maior, de acordo com os dados recolhidos num inquérito feito aos seus associados em maio.
"De facto, 86% das empresas de restauração e similares e 51% do alojamento turístico já tiveram de atualizar os preços de venda, mas até um máximo de 15%, o que revela uma forte contenção por parte das empresas, que preferem esmagar margens a fazer recair o significativo aumento de custos junto dos clientes", refere a associação em comunicado.
Outro dos fatores que instigou a subida dos preços é a falta de matérias-primas. com 73% dos empresários da restauração e similares a confirmarem já ter sentido escassez de produtos essenciais para o exercício da sua atividade.
Os restaurantes, cafés e bares têm sido mais afetados com 94% das empresas a sentir o impacto da inflação. Mais de metade, 77%, sentiram aumentos de até 50% nos custos com matérias-primas, nos transportes e na energia, enquanto 47% das empresas de alojamento turístico registaram incrementos de até 15%.
O cenário inflacionista tem levado a quebras inevitáveis na tesouraria destas empresas com 63% da restauração e similares e 39% do alojamento a registar quebras nos primeiros quatro meses do ano, face ao período homólogo de 2019.
Verão será melhor na hotelaria
O alojamento está mais otimista para os próximos meses de verão face à restauração. O inquérito realizado pela AHRESP adianta que 73% das empresas de alojamento espera um verão igual ou melhor do que em 2019, contra 47% dos restaurantes.
Tanto a associação como os empresários pedem a redução do IVA para fazer face aos custos da operação nos próximos meses. "Como forma de resolver este problema, as empresas (85% de restauração e 41% de alojamento) consideram que uma das medidas essenciais seria, tal como a AHRESP tem vindo a defender, a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas. Os apoios financeiros para a otimização de consumos e a transição energética são também considerados muito importantes.", assegura.