As contas ainda estão em cima da mesa, mas o grupo de seguros do Montepio deve registar uma perda de 20 milhões de euros, no ano de 2017. Se este número se confirmar, os prejuízos são mais do dobro registado no fecho de 2016 e superiores aos esperados dentro do grupo. O jornal Público desta terça-feira avança estes valores de prejuízo do grupo Montepio Seguros, no exercício do ano passado, com as contas ainda a serem analisadas em auditoria externa. Um cenário que coloca dúvidas ao negócio de investimento e compra por parte dos chineses.
Como a prioridade do grupo chinês é agora a compra da petrolífera Partex, segundo apurou o jornal digital Eco, existem fortes possibilidades de o negócio com a Associação Montepio não se concretizar. Se o valor de investimento a injetar pelos chineses for revisto, os mutualistas podem não aceitar a entrada de capital, porque uma avaliação do negócio de seguros inferior ao valor ao registado no seu balanço implicaria um registo de imparidades.
O acordo entre a Associação Mutualista Montepio Geral e a CEFC China Energy foi oficializado em novembro de 2017. No contrato de venda estaria prevista a compra de uma participação maioritária (60%) pelos chineses, no valor de 150 milhões de euros, na Lusitania Seguros, na Lusitania Vida e na N Seguros. A Lusitania Seguros somava já prejuízos de 105 milhões, sendo esta a empresa que agrava as contas do grupo.
Os chineses podem mesmo ter deixado de lado a aquisição do negócio de seguros, com a compra da petrolífera à Fundação Calouste Gulbenkian. As preocupações dentro do grupo Montepio já se fazem ouvir.