É algo que, na nossa sociedade, não fazemos tantas vezes quanto devíamos: reconhecer os melhores, premiá-los, tê-los como exemplo para a nossa superação pessoal. Bem sei que os mais brilhantes cientistas e académicos não alcançam um centésimo da projeção dos mais idolatrados desportistas ou estrelas de cinema, televisão e redes sociais. No entanto, merecem ser distinguidos. E há mais palcos onde isso acontece, além dos mais mediatizados Prémios Nobel, anunciados este mês. Um dos recintos mais reconhecidos é o dos Prémios Mundiais de Ciência (Albert Einstein), de Educação (José Vasconcelos) e de Artes (Leonardo da Vinci, atribuídos pelo World Cultural Council (Conselho Cultural Mundial)..Se vos falo disso, é porque a edição deste ano é especial: pela primeira vez, a cerimónia de entrega de prémios é acolhida por uma instituição portuguesa - a Universidade de Coimbra, a 29 e 30 de novembro. Mas também porque acredito que as premiadas - de forma inédita, apenas mulheres - são três exemplos da excelência das grandes descobertas científicas, da educação inclusiva e da arquitetura promotora da sustentabilidade e da justiça social que merecem ser (re)conhecidos..A astrofísica canadiana Victoria M. Kaspi, laureada com o Prémio Mundial de Ciência Albert Einstein (que já foi entregue a vencedores do Nobel como Ahmed Zewail, Fraser Stoddart ou Paul Nurse), deu um contributo fundamental para a nossa compreensão de um dos fenómenos mais complexos do Universo: os "magnetares", estrelas de neutrões com os campos magnéticos mais elevados que se conhecem..A académica canadiana Claudia Mitchell, vencedora do Prémio de Educação José Vasconcelos, fez um trabalho notável no desenvolvimento de projetos inovadores para educar e integrar jovens de meios marginalizados, principalmente raparigas..E a arquiteta coreano-americana J. Meejin Yoon, galardoada com o Prémio Mundial de Artes Leonardo da Vinci (que na última edição foi entregue ao produtor de cinema português Paulo Branco), criou conceitos verdadeiramente inovadores de memoriais, instalações e estruturas públicas, capaz de aproximar comunidades, de forma sustentável e com respeito pela história e cultura de todos..As três serão justamente homenageadas numa cerimónia solene onde também haverá espaço para agraciar 13 jovens promessas nacionais da Ciência, da Educação e das Artes. Que todas elas e eles nos inspirem!.Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra