O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, saudou o acordo europeu sobre o pacote financeiro para a retoma e apelou a uma “ampla participação” no debate sobre a modernização da economia portuguesa no pós-pandemia..“A constituição de um fundo europeu de recuperação económica dotado de avultadas verbas e financiado através de um empréstimo a contrair pela Comissão representa um notável avanço do projeto europeu e consubstancia uma enérgica resposta à crise económica e social suscitada pela ocorrência da pandemia que nos assola”, afirma Francisco Assis em comunicado..Para o novo presidente do CES, que foi eleito para o cargo pela Assembleia da República no dia 10 de julho, “com esta decisão, o Conselho Europeu esteve à altura das suas responsabilidades históricas”..Francisco Assis lembra que o Governo optou por pedir ao professor universitário António Costa Silva a elaboração de um documento com vista a traçar o plano de recuperação da economia portuguesa, pelo que “impõe-se agora a realização de um amplo debate nacional tendo como ponto de partida esse mesmo documento”..“Como presidente do CES apelo a uma ampla participação de todos os agentes económicos e sociais neste importante debate na convicção de que tal participação constitui condição imprescindível para o ulterior sucesso de um processo de transformação da estrutura económico-social do país”, afirma o antigo líder parlamentar socialista..“Longe vão os tempos em que se projetava uma desmedida expectativa na planificação centralizada ou no caráter providencial de uma vanguarda tecnocrática pretensamente visionária”, continua Assis..Para o presidente do CES, “nada de robusto e consequente se alcançará sem o ativo envolvimento, desde a primeira hora, dos agentes económicos e sociais portugueses”..O Conselho Europeu aprovou na terça-feira um acordo para a retoma da economia comunitária pós-crise da covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros..A decisão surgiu após árduas negociações nos últimos dias e foi então aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções..Ambos os instrumentos são, desde logo, considerados essenciais para financiar o plano de recuperação desenhado por António Costa Silva, um documento cujo primeiro esboço deverá ser apresentado à Comissão Europeia pelo Governo português em outubro..Ao todo, Portugal vai arrecadar 45 mil milhões de euros em transferência a fundo perdido nos próximos sete anos, montante no qual se incluem 15,3 mil milhões de euros em subvenções do âmbito do Fundo de Recuperação e 29,8 mil milhões de euros em subsídios do orçamento da UE a longo prazo 2021-2027.