Projeto Empathia aponta ao mercado sénior e propõe venda de casas com usufruto

Modelo “permite que uma faixa da população normalmente mais sénior tenha uma oportunidade única e inimaginável até agora de ter um aumento do seu bem-estar" e de viver de "forma mais confortável”.
Projeto Empathia aponta ao mercado sénior e propõe venda de casas com usufruto
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O projeto imobiliário Empathia, lançado por Pedro Almeida Cruz, que tem experiência acumulada na área seguradora, quer revolucionar o setor, sobretudo no segmento para idosos, propondo a venda de casas com usufruto de quem vende, adiantou, em entrevista à Lusa.

“A Empathia é uma empresa que trabalha num modelo de negócio inovador, que é a venda de casas com a manutenção do usufruto”, destacou, explicando que o usufruto “está consagrado no Código Civil e permite este tipo de negócios”.

Segundo o empresário, este modelo “permite que uma faixa da população normalmente mais sénior tenha uma oportunidade única e inimaginável até agora de ter um aumento do seu bem-estar" e de viver de "forma mais confortável”.

Pedro Almeida Cruz diz que a casa será vendida por “um valor descontado”, tendo em conta o modelo de negócio.

Para o empresário, as pessoas podem optar por vender a casa com um propósito, por exemplo, resolver problemas de herança, usar o dinheiro para comprar uma segunda habitação ou outros.

O projeto é sobretudo direcionado a pessoas mais seniores, tendo em conta que, quanto maior a longevidade, maior o desconto na casa, sendo que o projeto quer ainda “montar um ecossistema”, com parceiros que disponibilizem serviços e produtos associados, como fundos de pensões, seguros de saúde, assistência domiciliária e até residências para seniores, indicou.

Segundo Pedro Almeida Cruz, os vendedores podem mesmo alugar a casa, mantendo o usufruto, e conseguir um duplo rendimento.

Quanto aos compradores, segundo o empresário, estes podem ser indivíduos que queiram comprar uma casa a desconto e não precisem dela para já, dando o exemplo dos países nórdicos, onde planeiam as reformas a longo prazo.

“Alguém que tenha uma casa no Algarve e queira vender com usufruto a esse nórdico, para daí a 20 anos”, destacou.

Os compradores podem ainda ser mais institucionais, como “empresas ou fundos de investimento imobiliário ou fundos de pensões ou seguradoras, que até estão habituados a trabalhar com a com a longevidade e com os sistemas financeiros”, referiu.

Para o empresário, o negócio pode ainda interessar às autarquias “comprando casas mais baratas em zonas históricas e zonas protegidas”, sendo que estão assim “a ajudar as populações que nelas estão inseridas, porque estão-lhes a dar dinheiro para terem uma vida muito mais confortável”.

Pedro Almeida Cruz reconhece que o projeto é um desafio e vai envolver mudanças de mentalidade. “As pessoas vão ter receio de vender a casa e depois pensar que um dia podem perdê-la”, referiu, ressalvando que isso é impossível, porque “nem o Código Civil o permite nem a declaração de usufruto” que está a ser preparada.

O plano de negócios da Empathia prevê um portfolio de cerca de 50 milhões de euros nos primeiros três anos, ou seja, aproximadamente 300 casas, indicou.

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