A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), que representa as principais empresas de promoção e investimento imobiliário a operar em Portugal, diz que o fim dos vistos gold irá decapitar um setor que vale 15% do PIB nacional..A APPII reagiu assim à notícia que o Governo deverá avançar até ao fim do ano com restrições à concessão de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI) em Lisboa, Porto e nas Comunidades Intermunicipais do Litoral, dando continuidade ao que ficou previsto no Orçamento de Estado para este ano, mas que não chegou a ser implementado alegadamente devido à pandemia. O Governo, sob pressão do BE e do PCP, irá agora avançar com essas limitações..Para Hugo Santos Ferreira, vice-presidente executivo da APPII, "o regime dos vistos gold é demasiado importante para o nosso país e para a nossa economia para ser vítima de tentativas vãs de 'jogo político', e que agora deixa todos aqueles que acreditaram e investiram na nossa economia com as expectativas desfraudadas"..A APPII lembra que o programa dos vistos gold representou, no ano passado, 700 milhões de euros em investimento e 85 milhões em receita em impostos para o Estado. Segundo avança a associação em comunicado, 94% dos vistos gold concedidos desde o início do programa foram direcionados para o investimento imobiliário, com 88,6% a serem atribuídos devido à aquisição de imóveis acima de 500 milhões de euros..O litoral do país recebeu 97% desse investimento, mas "existe desde 2015 uma discriminação positiva em que é aplicada uma redução de 20% para investimentos localizados fora do litoral e dos grandes centros urbanos", frisa a APPII..Hugo Santos Ferreira defende que os vistos gold são dos "principais propulsores daquele que é hoje considerado consensualmente um dos motores da economia - o imobiliário" e contribuem "decisivamente para a regeneração e dinamismo que se verificou nas principais cidades portuguesas"..Com o fim dos vistos gold, a APPII admite que os investidores vão "desviar os seus investimentos para outros países".