Perto de 50 manifestantes estão concentrados na manhã deste sábado na cidade da Guarda, onde decorre a 31.ª Cimeira Ibérica. Em causa estão protestos contra as portagens nas antigas SCUT, o apelo ao encerramento da central nuclear de Almaraz e ainda a exigência da reposição do comboio internacional entre Portugal e Espanha.
Esta manifestação junto três movimentos: "Pelo Interior - Repor as SCUT"; a associação ambientalista Quercus, por causa da central nuclear de Almaraz; e ainda o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, afeto à CGTP.
Este sindicato colocou na Guarda os 20 trabalhadores da Servirail, que prestam os serviços de bar e restauração nos comboios da CP Lusitânia (para Espanha) e Sud Expresso (para França). Sem atividade desde 17 de março, estes trabalhadores exigem o regresso imediato ao posto de trabalho.
"Exigimos a reposição do comboio internacional e a colocação dos trabalhadores ao serviço. Somos a única fronteira encerrada na Europa e temos funcionários em casa prontos para trabalharem", chamou a atenção o dirigente sindical Fernando Pinto.
Os funcionários afetos a estes comboios admitem trabalhar nestes comboios internacionais mesmo que haja um serviço diurno entre Portugal e Espanha. Nos últimos anos, os comboios internacionais têm dado um prejuízo superior a 5 milhões de euros por ano.
Apesar de os populares estarem distantes dos perto de 30 ministros dos governos de Portugal e Espanha, os protestos foram audíveis na Alameda de Santo André. Foi neste local que o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente da câmara municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, aguardaram a chegada do líder do governo espanhol, Pedro Sánchez.
Sánchez chegou pelas 10h40 à cidade da Guarda, com perto de uma hora de atraso. As condições atmosféricas obrigaram os helicópteros que transportaram o chefe do governo espanhol a aterrar num local diferente do que estava inicialmente previsto.
A cerimónia protocolar decorreu sem apertos de mão por conta da pandemia. Em alternativa, colocou-se a mão direita junto ao coração de cada vez que um ministro espanhol era apresentado ao líder do governo português, e vice-versa.