O ideal seria poupar o máximo possível, no entanto, devemos começar por uma quantia simples, como o equivalente, por exemplo, a 10 por cento do rendimento. Claro que, se apenas conseguirmos poupar, numa fase inicial, cinco por cento do que ganhamos, também é bom - é um começo. Se conseguir fazer este exercício de poupança numa época de crise, quando depois da tempestade vier a bonança de um contexto económico mais favorável, facilmente subirá a fasquia. O importante é que poupe todos os meses e de forma automática. O melhor é optar por transferir o dinheiro a pôr de lado para uma conta poupança ou para outra conta em que não mexa habitualmente. Dê uma ordem de transferência automática mensal da quantia definiu para a tal conta em que não mexe habitualmente. Assim, quando for pagar as contas, ou seja, aos outros, já se pagou a si próprio. Se pensa que 10% do rendimento é muito, então faça o seguinte exercício: quantas horas tenho de trabalhar para conseguir essa poupança? Resposta: 49 minutos diários, ou seja, cerca de 18 horas por mês, se contabilizarmos 8 horas de trabalho diário durante 22 dias úteis mensais. Trabalha pouco mais de dois dias por mês para conseguir a sua poupança e os restantes 20 dias são para pagar as contas. Dá que pensar, não dá? Se fizer o exercício desta maneira verá que a sua perspectiva em relação ao dinheiro muda. Não pense quanto é que custa, mas sim quantas horas vou ter de trabalhar para conseguir pagar aquela televisão com ecrã de plasma ou aquele telemóvel. Esta nova perspectiva irá certamente dissuadi-lo de algumas compras impulsivasDesta forma, para uma pessoa que ganhe 1.000 euros líquidos, a poupança de 100 euros mensais irá traduzir-se no final de um ano numa poupança de 1.200 euros. Se mantiver esse nível de poupança nos próximos cinco anos terá 6.000 euros. No caso de ser um casal com um rendimento mensal de 2.000 euros líquidos, deve aplicar-se a mesma regra. E, assim, a poupança ao final de cinco anos já seria o dobro, isto é, 12.000 euros. É fundamental que tenha presente que ao longo da sua vida vai passar-lhe muito dinheiro pelas mãos. Resta saber qual a sua capacidade para o reter e multiplicá-lo.Leia estes e outros conselhos em "Tempos Complicados, Soluções Simples - Aprenda a gerir melhor o seu dinheiro", da jornalista do Dinheiro Vivo, Bárbara Barroso, editado pela Oficina do Livro.