Quase 300 mil famílias deixaram de pagar os créditos no primeiro semestre

Moratórias fizeram travar o incumprimento. Até ao final de julho deste ano, os bancos abriram processos extrajudiciais para regularização de créditos que envolvem um montante global de mais de 1200 milhões de euros de dívidas.
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Os bancos abriram, no primeiro semestre deste ano, 291,3 mil processos de acordo extrajudicial com famílias que já não conseguiam pagar os seus créditos.

O montante global envolvido neste processos supera os 1200 milhões de euros, segundo dados que constam da 'Sinopse de Atividades de Supervisão Comportamental', que foi divulgada esta quarta-feira.

Tanto no crédito ao consumo como no crédito à habitação, registaram-se descidas no incumprimento das famílias, devido à adesão às moratórias.

"No crédito aos consumidores, as instituições reportaram ao Banco de Portugal o início de 274 748 processos PERSI (Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento), o que representa um decréscimo de 6,2% em relação ao semestre anterior", adianta o supervisor no relatório.

Acrescenta que "estes processos englobavam 232 527 contratos de crédito e um montante global em dívida de 611,6 milhões de euros".

No crédito à habitação e hipotecário, os bancos comunicaram a abertura de 16 581 processos PERSI, o que corresponde menos 5,8% relativamente ao semestre anterior.

"Estes processos envolviam 13 654 contratos de crédito e um montante total em dívida de 626,8 milhões de euros", aponta o supervisor.

No primeiro semestre deste ano, foram concluídos 15 363 processos PERSI, relativos a 11 544 contratos de crédito para compra de casa e a um
montante total em dívida de 526,1 milhões de euros.

Segundo o Banco de Portugal, o incumprimento foi regularizado em 73,2% dos processos encerrados, o que compara com 66,8% no segundo semestre de 2020.

No mesmo período, as instituições financeiras concluíram 266 224 processos PERSI relativos a 215 769 contratos de crédito aos consumidores, correspondentes a um montante total em dívida de 534,4 milhões de euros.

O incumprimento foi regularizado em 43,5% dos processos concluídos, face a 43,9% no semestre precedente.

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