Quatro clubes sauditas no top 15 dos mais gastadores

Al-Ittihad, Al-Nassr, Al-Hilal e Al-Qadsiah demonstram que petrodólares estão para durar ao investirem pesado neste verão. Entretanto, emblema mais mãos-largas foi o Brighton .
Cristiano Ronaldo, jogador do AL-Nassr, é a estrela da Saudi Pro League. 

Foto: Valery Hache/AFP
Cristiano Ronaldo, jogador do AL-Nassr, é a estrela da Saudi Pro League. Foto: Valery Hache/AFP
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De entre os 15 clubes com mais gastos no recentemente fechado mercado de transferências, quatro pertencem ao futebol da Arábia Saudita, prova de que o investimento do país asiático não foi apenas um amor de verão - ou, pelo menos, do verão passado. Al-Ittihad, 114 milhões, Al-Nassr, 108,2 milhões, Al-Hilal, 81,5 milhões, e Al-Qadsiah, 79,2 milhões, foram o quarto, o nono, o 12º e o 13º clubes, respetivamente, com maior gasto líquido, a diferença entre o que foi investido e o que foi recebido, do mundo do futebol.

O último grande investimento foi em Ivan Toney, internacional inglês de 28 anos, que trocou o Brentford pelo Al-Ahli, clube que nem consta no citado top 15, por 42 milhões de euros. Vice-campeão europeu pela seleção inglesa e com uma ótima média pelo Brentford de um golo a cada dois jogos, Toney estava na lista dos gigantes da Premier League.
Toney, aliás, tornou-se a oitava transferência mais cara de sempre da Saudi Pro League, a segunda deste defeso, ultrapassada apenas pelo extremo-direito francês Moussa Diaby, que trocou o Aston Villa pelo Al-Ittihad por 60 milhões - mais alta do que a de Diaby na história da Saudi Pro League só a transferência do atacante brasileiro Neymar, no ano passado, por 90 milhões, do Paris Saint-Germain para o Al-Hilal. No top 20 de jogadores mais caros da Arábia Saudita ao longo dos tempos estão quatro portugueses, Otávio, em 4º, Rúben Neves, em 5º, Jota, em 14º, e Cancelo, em 17º - Cristiano Ronaldo chegou a custo zero mas com o salário, 200 milhões por ano, mais alto da história do futebol.

Naquele citado top 15, há seis clubes ingleses e quatro sauditas, mais uma prova, além da do desvio de Toney dos gigantes ingleses para o deserto, de que só os petrodólares competem com as libras esterlinas no mercado da bola de hoje em dia. As cinco sobras são o Bayern Munique, alemão, o Nápoles, italiano, o PSG e o Lyon, franceses, e o Atlético Madrid, o clube espanhol autor do mais caro movimento da janela, a aquisição de Julián Álvarez por 75 milhões ao, este ano austero, Manchester City.
De entre os ingleses, destaque para o Brighton & Hove Albion, o clube de entre todos em que a diferença entre os gastos e as receitas foi mais acentuada: 182,9 milhões de euros como balanço negativo.

Tradicionalmente adepto de pechinchas e de boas vendas, o clube do sul de Inglaterra no arranque de 2024/25, fora outras despesas menores, investiu incríveis 25 milhões em Wiefer, Gruda, Ferdy e O’Riley, 30 em Minteh e 40 em Rutter, sem transferir ninguém de peso em contrapartida.
Entretanto, voltando às arábias, todos os 18 clubes sauditas da primeira divisão cresceram de valor de 15 de agosto até hoje graças ao mercado: o campeão Al-Hilal, de Jorge Jesus, e o vice Al-Nassr, de Luís Castro, 18,5% e 23,3% cada, mas os pequeninos Al-Orobah e o Al-Riyadh, 592,9% e 459,9%, respetivamente.

O plantel do Al-Hilal supera agora os 243 milhões de euros em valor de mercado e o do Al-Nassr, os 196. Como a aposta tem sido em jogadores já estabelecidos ou mesmo veteranos, nenhum dos dois chega, por comparação, ao valor de Sporting, FC Porto e Benfica, os três, por essa ordem, acima dos 330 milhões. No topo estão Real Madrid, com elenco de luxo de 1,34 mil milhões, e Manchester City, com uma constelação de estrelas de 1,26.

NÚMEROS

114 000 000

Euros gastos pelo Al-Ittihad, o quarto clube do mundo com gasto líquido mais elevado nesta janela e primeiro do pelotão saudita

Posição do Al-Nassr, de CR7 e companhia, na tabela. O Al-Qadsiah e o Al-Hilal ocupam a 12ª e a 13ª posições

60 000 000

Preço do passe de Moussa Diaby, o jogador mais caro a chegar este ano à Saudi Pro League. Ivan Toney, o segundo da lista, custou 42 milhões

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