
Os dados foram divulgados recentemente pela International Trade Administration, que dá conta de uma quebra de 10% nos voos de não-residentes para os EUA, em março deste ano. Os canadianos, turistas recorrentes nos EUA, foram dos mais rápidos a trocar o destino, tendo em conta a tensão – e as tarifas – que existe agora entre os dois países. No mesmo sentido, alguns dão conta, escreve a revista Fortune, de que estão mesmo a evitar comprar bens e serviços norte-americanos, desde os alimentos até plataformas de streaming como a Netflix.
No ano passado, e segundo os mesmos dados, os visitantes internacionais gastaram uns impressionantes 254 mil milhões de dólares no país, em viagens de lazer. As projeções para 2025 eram de 77 milhões de visitantes, um número que devia subir para novos recordes em 2026. Mas agora, segundo uma análise da Bloomberg Intelligence citada pela mesma Fortune, cerca de 20 mil milhões de dólares poderão estar em risco, somente na área do Turismo. Mas o impacto global, estima a ITA, pode chegar aos 90 mil milhões, graças ao efeito de arrasto.
Até porque as primeiras projeções saíram antes de vários episódios que incluíram a detenção de turistas europeus em aeroportos americanos terem sido tornados públicos. O facto de a administração Trump ter admitido que fiscalizar os telefones dos visitantes também passava a ser a regra, também não está a animar os visitantes.
Hotéis, rent-a-car e tarifas aéreas já estão a cair, e a previsão é que a tendências continue a ser descendente, uma vez que a procura deverá diminuir, refere também a Bloomberg.
“Os anúncios de tarifas dos EUA e uma postura mais agressiva em relação a aliados históricos prejudicaram as opiniões globais sobre os EUA”, disseram os economistas do Goldman Sachs Joseph Briggs e Megan Peters num relatório divulgado no final de março.
“Este vento contrário dá mais uma razão - além dos impactos negativos mais diretos das tarifas e do arrasto sobre as exportações de retaliação estrangeira que já estão incluídos na nossa previsão para o PIB dos EUA - porque o crescimento do PIB dos EUA provavelmente terá um desempenho inferior às expectativas de consenso em 2025”, disseram eles.