Quebras na restauração e alojamento chegam aos 60% em janeiro

A AHRESP revela que, em janeiro, metade das empresas da restauração registaram quebras acima dos 40% e um terço das empresas de alojamento tiveram quebras superiores a 60%,
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Os hotéis e restaurantes começaram o ano com um "cenário dramático" pautado por quebras abruptas nas receitas face a 2021, revela a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

De acordo com os dados de um inquérito realizado pela associação - divulgados esta segunda-feira, 07 -e ainda por culpa dos "efeitos diretos do pico da 5ª vaga da pandemia", 43% das empresas restauração registaram, em janeiro, uma queda acima dos 40% nas receitas e um terço das empresas de alojamento turístico perdeu mais de 60% da sua faturação.

O número recorde de infeções por COVID-19 no início de 2022, resultado da elevada transmissibilidade da variante Ómicron, atingiu as empresas do setor e obrigou, nalguns casos, ao encerramento de portas.

"78% das empresas de restauração e similares e 37% das empresas de alojamento já tinham tido trabalhadores infetados. 51% e 19%, respetivamente, tiveram mesmo de encerrar por um período nunca inferior a sete dias por esse motivo", explica a AHRESP.

A restauração recebeu a fatura mais pesada que mostra que as intenções de insolvência duplicaram."Hoje, 31% das empresas de restauração e similares ponderam mesmo encerrar definitivamente", acrescenta o inquérito realizado no passado mês de fevereiro.

No alojamento, o cenário é menos pessimista com apenas 8% dos participantes a admitir a possibilidade de fechar portas definitivamente.

A associação reitera ao governo o pedido apoios para as empresas e alerta para uma nova variável na equação no problema da tesouraria dos hotéis, restaurantes e similares: a inflação.

"Após dois anos de pandemia, com várias restrições à atividade, ao sobreendividamento das empresas, juntam-se agora os aumentos de preços de energias, combustíveis e de matérias-primas. Esta "tempestade perfeita" deve suscitar o governo a criar um plano de ação para garantir a viabilidade das empresas", pede.

Falta de mão-de-obra faz adiar investimentos

A falta de trabalhadores é um dos principais problemas para os patrões do setor que continuam a não conseguir contratar. Por isso mesmo, e com os postos de trabalho vazios, 52% das empresas da restauração e 28% do alojamento foram obrigadas a adiar investimentos.

Nos restaurantes as funções mais dificeis de preencher dizem respeito aos profissionais de cozinha, de mesa e balcão. Já nos hotéis, as dificuldades aparecem na hora de contratar para as áreas de limpeza, cozinha e receção.

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