Quer um resort na Micronésia? Compre uma rifa de 49 dólares

Doug e Sally Beitz não querem vender o seu resort a uma corporação sem cara. Preferem vender rifas a anónimos como eles. O sorteio é na terça
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Se tentar comprar uma rifa agora, o mais provável é encontrar o site em baixo. Compreende-se. O primeiro prémio é um resort com 16 quartos numa ilha paradisíaca da Micronésia. E para tentar a sua sorte só tem de comprar uma rifa de 49 dólares (44 euros). Um preço bastante apelativo se lhe entregarem, no fim, a chave do Kosrae Nautilus Resort.

Por esta altura, Doug e Sally Beitz – o casal australiano que há anos se mudou de malas, bagagens e filhos, para a Micronésia – já venderam 53 mil rifas e seriam muitas mais se os servidores de todo o mundo colaborassem e não estivessem sempre a ir abaixo.

Mas o que leva um casal a querer entregar o seu ganha-pão a troco de 49 dólares? Para começar, por esta altura os Beitz já arrecadaram mais de dois milhões e meio de dólares em rifas e ainda não passaram as chaves a ninguém. Até terça-feira, dia em que a tômbola anda à roda, este valor poderá multiplicar-se ainda várias vezes.

O problema de Doug e Sally é que não querem entregar a sua propriedade a uma multinacional sem cara nem coração. Com esta iniciativa – pensada pelo seu filho Adam, de 30 anos – esperam que o resort vá parar às mãos de alguém parecido com eles.

Acima de tudo, explica Doug ao The Guardian, uma multinacional dificilmente iria gerir o negócio com "valores familiares" como ele e a mulher fazem desde 1994, quando se mudaram para a segunda maior ilha da Micronésia com os três filhos.

Mas se tudo corria tão bem, porque é que decidiram livrar-se agora do negócio? É bom fazer a pergunta, dir-lhe-á qualquer investidor atento. Fácil. Doug e Sally querem voltar à Austrália para poderem passar mais tempo com os netos.

"Muitas das pessoas que compram estas rifas estão tão desesperadas para mudar as suas vidas que, muitas vezes, ouvir as suas histórias deixou-me em lágrima", diz Doug, que conta que um dos emails que recebeu foi de um homem de Orlando, poucos dias depois do tiroteio na cidade americana. "Posso não ganhar, mas obrigada por me dar um motivo para ter esperança", lia-se na carta.

O resort tem 16 quartos, emprega 16 empregados a tempo inteiro e não tem dívidas. E só tem até terça para se candidatar.

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