Quinta de Jugais lança-se nos picantes com sabor a Bandido. Quer crescer 10%

Bandido é a nova marca de picantes da Quinta dos Jugais. Empresa investiu cerca de 300 mil euros na nova marca. Este ano contam comprar 750 mil toneladas de produtos nacionais para a produção de compotas.
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É uma marca de picantes, com os "sabores mais perigosos" do mundo e com um nome apropriado a tanto salero: Bandido. Conhecida pelas compotas a Quinta dos Jugais diversificou e reforçou com uma nova gama e marca na qual investiu cerca de 300 mil euros.

O ano passado, apesar do impacto na pandemia no canal horeca e nas empresas, fontes de receita com peso, a Quinta dos Jugais conseguiu crescer. Faturou cerca de 21 milhões de euros, mais três milhões do que em 2019. "Prevíamos um crescimento de cerca de 10% para o ano de 2021, pelo que podemos dizer que, até ao momento, as vendas de doces e marmeladas estão em linha com a nossa previsão de vendas", adianta Mariana Campos, responsável de marketing do Bandido. "Prevemos que a marca Bandido neste ano de lançamento tenha um crescimento substancialmente maior".

Estados Unidos, Brasil, Canadá, Inglaterra, França, Polónia, Moçambique ou Angola são alguns dos mais de 30 países para onde a Quinta de Jugais exporta. O mercado externo representa cerca de 40% da faturação.

A Quinta de Jugais lançou nova marca, Bandido, e nova gama de produto: molhos picantes. O que levou a esta aposta?

Na Quinta de Jugais, temos a missão de oferecer aos portugueses uma variedade de produtos que respeitem a tradição do nosso paladar e das nossas raízes, e foi com essa mesma vontade que decidimos investir numa nova área de negócio. O Bandido é um projeto que tem vindo a ser pensado há já algum tempo e que tem vindo a ser desenvolvido no sentido de cumprir a nossa ideia o melhor possível. Agora que nos aproximamos do verão, pensámos que seria a melhor altura para fazer nascer e crescer esta ideia antiga e de dar a possibilidade aos portugueses de saborearem os nossos molhos e condimentos picantes. Para já, lançámos o tradicional Piri-Piri, o molho picante Jindungo de inspiração angolana, o molho picante Jalapeño de inspiração mexicana e a mostarda com pickles.

Que investimento exigiu esta nova linha de produto?

Estamos sediados na fábrica da Quinta de Jugais, onde são produzidos os nossos doces e marmeladas. Nos últimos 18 meses, investimos na linha de produção da Quinta de Jugais aproximadamente um milhão de euros. Quanto ao Bandido, esta é ainda uma marca muito recente, com um investimento de cerca de 300 mil euros sendo que a maior fatia do investimento está alocada à procura dos melhores produtores e fornecedores que nos permitem oferecer molhos e condimentos de qualidade, com cunho português.

Quais são as expectativas de venda?

Acreditamos muito no valor e na qualidade do Bandido pelo que temos boas expectativas quanto à aceitação dos consumidores aos nossos molhos e condimentos. Além disso, e apesar de nos termos lançado há muito pouco tempo, podemos adiantar que já vendemos mais de 60 mil unidades nos últimos meses, o que acaba por ser um excelente indicativo e por nos alimentar boas expectativas quanto ao futuro deste negócio.

O que a Bandido representa ao nível de aumento de compras a produtores nacionais?

O Bandido é um projeto muito recente e, neste momento, grande parte do nosso investimento nesta marca está alocado à procura dos melhores fornecedores que nos permitem oferecer molhos e condimentos de qualidade. Embora o Bandido seja uma marca que reúne os sabores mais perigosos do mundo e que tenha inspiração internacional, privilegiamos ao máximo o que é local e procuramos ter produtores nacionais. Há casos de molhos, como o Jalapeño, que por ser de inspiração mexicana leva uma malagueta que não temos disponível em solo nacional, mas, de resto, tentamos ao máximo privilegiar o que é nosso e ter os ingredientes produzidos cá.

E nas compotas? O ano passado compraram quantas toneladas? O que estimam para este ano?

Para os nossos doces e marmeladas apostamos na melhor matéria-prima e procuramos ao máximo primar por produtores nacionais e locais, permitindo, assim, criarmos doces de fruta de qualidade única, sem corantes, sem conservantes e de sabor incrível. No ano de 2020 adquirimos cerca de 600.000 toneladas de fruta e este ano esperamos vir a adquirir cerca de 750.000 toneladas.

A pandemia impactou o vosso negócio? Ao nível de produção, distribuição...

Inevitavelmente, a pandemia acabou por levantar alguns desafios ao nosso negócio, mas a verdade é que acabou por trazer mais oportunidades que problemas! O contexto não era favorável, mas acabámos por ser uma empresa em contraciclo, que cresceu com a pandemia. Apostámos no canal online e apostámos na exportação dos doces, o que acabou por impactar positivamente o crescimento do negócio.

Os nossos doces e compotas serviram quase como um consolo durante o confinamento, pelo que a aposta no online foi acertada. Além disso, pela altura do Natal, também a encomenda online dos nossos cabazes foi um sucesso, o que constituiu um fator determinante para o sucesso dos resultados que obtivemos. No caso do Bandido, a loja online ainda é muito recente, no entanto, conseguimos perceber que a marca está a ser bem aceite pelo público.

Compotas são o tipo de produtos que por norma fazem parte de ofertas empresariais, cabazes etc., canal de Horeca. Que impacto teve o teletrabalho e o fecho do canal? Como compensaram estas eventuais perdas?

Além da distribuição canal de Horeca, o nosso negócio assenta em larga escala na venda dos nossos doces e marmeladas para a distribuição moderna. Outra parte importante do nosso negócio são os cabazes de Natal empresariais. Na verdade, a Quinta de Jugais começou por ser um negócio apenas de cabazes de Natal, tendo evoluído, anos mais tarde, para a produção e comercialização de doces e marmeladas regionais. Ao longo do ano, temos uma seleção de cabazes temáticos para venda, mas é no Natal que o negócio ganha volume. No ano de 2020, com o teletrabalho, apostámos num conceito inovador e lançámos um cabaz composto por todos os produtos necessários para preparar o típico jantar de Natal das empresas em casa. Além dos ingredientes, o cabaz era composto por um livro com as receitas e com algumas dicas para que os colaboradores se juntassem online e recriassem o ambiente festivo de Natal em casa. Este novo Cabaz de Natal, assim como a nossa restante oferta de cabazes personalizados, acabou por ser um sucesso, sendo que tivemos de reforçar a equipa para conseguir assegurar toda a logística e todas as entregas.

Até ao momento como estão a correr as vendas? O que tem empurrado os resultados?

Prevíamos um crescimento de cerca de 10% para o ano de 2021, pelo que podemos dizer que, até ao momento, as vendas de doces e marmeladas estão em linha com a nossa previsão de vendas. . Este ano, a nossa aposta tem sido a nossa gama de doces BIO, feitos com ingredientes de origem biológica e sem adição de açúcar de cana.

Exportam o vosso produto. Qual o peso do mercado internacional?

Os nossos produtos estão disponíveis em mais de 30 países de todo o mundo. Já é possível encontrar os nossos doces e marmeladas tanto nos Estados Unidos da América, como Brasil, Canadá, Inglaterra, França, Polónia, Moçambique, Angola, entre outros. O mercado internacional representa um grande peso na nossa faturação, cerca de 40%, sendo que a exportação de doces para estes países tem sido determinante na evolução consistente e favorável do negócio da Quinta de Jugais.

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