Imagine toda a população da região do Alentejo multiplicada por três. É essa a população prisional nos Estados Unidos, o país com o maior número oficial de detidos no planeta: mais de 2,2 milhões de indivíduos encarcerados em 4575 estabelecimentos espalhados por todo o país.
A nível global, estudos indicam que existem mais de 10,3 milhões de pessoas detidas em estabelecimentos prisionais, mais que toda a população portuguesa.
Se dividirmos o número de pessoas detidas por toda a população residente no país, o ranking muda substancialmente, embora países como os EUA, Rússia e Tailândia continuem a figurar na tabela como nações com maior número de detidos.
Limitando as contas ao panorama europeu, os números mudam substancialmente e embora os países mais populosos como o Reino Unido, França, Alemanha, Polónia e Itália apresentem valores acima dos 50 mil indivíduos detidos, as taxas de encarceramento são relativamente baixas quando comparadas com os campeões mundiais do encarceramento de pessoas.
Surgindo acima da média europeia, o Estado português divide os seus 14.236 detidos (dados de 15 de janeiro de 2016) por 49 estabelecimentos prisionais diferentes: 17 prisões (ou penitenciárias) centrais de dimensões maiores, para condenados a penas superiores a seis meses, 27 prisões regionais, quatro prisões especiais (onde são colocadas as pessoas que carecem de especial atenção como mulheres, menores, polícias ou pessoas com doença) e uma prisão de apoio.
Comparando com os países que lideram os rankings por especificação, o retrato do mundo prisional português pode ser comparado da seguinte forma:
O sistema prisional português prevê três regimes de segurança diferentes, médio, alto e especial, este último apenas aplicado na prisão de Monsanto, a única prisão de alta segurança em território nacional.
Os dados são da World Prision Brief, uma base de dados online que juntamente com a ICPR - Institute for Criminal Policy Research - compila informação oficial sobre prisões de todo o mundo.