Reclamações com comunicações disparam 28% para mais de 125 mil

Problemas com faturação dos serviços de telecomunicações e atrasos nas encomendas foram os temas que geraram maior volume de queixas. Meo e CTT foram os operadores mais reclamados o ano passado.
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Em ano de pandemia as reclamações com as comunicações disparam 28%, para mais de 125 mil, alerta a Anacom. As telecomunicações foram o setor que gerou o maior descontentamento dos consumidores, representando 70% das queixas, uma subida de 25% face a 2019, mas foi o maior disparo percentual foi o registado com os serviços postais: uma subida de 37%, para 37,9 mil reclamações. Problemas com faturação dos serviços de telecomunicações e atrasos nas encomendas foram os temas que geraram maior volume de queixas. Meo e CTT foram os mais reclamados.

O ano passado chegaram à Anacom cerca de 125,5 mil reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações, mais 27,8 mil, ou 28%, do que em 2019, "o que se justificará com a maior utilização e dependência dos serviços de comunicações decorrente da pandemia de Covid-19", informa o regulador em comunicado.

"As comunicações eletrónicas foram o setor mais reclamado, com 87,6 mil reclamações, o que corresponde a 70% do total de reclamações, mais 25% face ao período homólogo; enquanto os serviços postais foram responsáveis por 37,9 mil reclamações, cerca de 30% do total de reclamações de 2020, tendo registado um crescimento de 37%", diz ainda.

Os operadores mais reclamados

Nas comunicações eletrónicas, a Meo foi o prestador mais reclamado, com 35% das 87,6 mil reclamações sobre telecomunicações, seguida da NOS, com 32%, da Vodafone, com 30%, e da Nowo/Oni, com 4%.

"A Vodafone foi o prestador que registou o maior aumento de reclamações, 32%; seguida da MEO, com mais 24%; da NOS, com mais 23% e da Nowo/Oni, que registou um acréscimo de 13% nas reclamações", informa a Anacom.

Mas, entre os mais reclamados, "a NOS foi a que registou o maior número de reclamações por mil clientes (10), acima da média do setor (7). Segue-se a Vodafone (7) e a Meo (5). A distribuição de reclamações entre estes prestadores manteve a tendência de aproximação verificada em 2019."

O que reclamam os consumidores?

Faturação de serviços - 27% do total de reclamações das comunicações eletrónicas o ano passado - lidera o ranking dos assuntos mais reclamados.

A faturação de valores considerados indevidos por serviços não prestados ou consumos não realizados e pela não concretização de condições acordadas foram as principais queixas e as que mais cresceram face a 2019 em matéria de faturação, descreve o regulador.

Na Meo e Vodafone a faturação de serviços foi o assunto mais reclamado, representando 31% e 28%, respetivamente, das reclamações contra estes operadores. No caso da NOS a contratação de serviços (24%) e a assistência técnica (23%) foram os temas que geraram maior descontentamento, e da Nowo/Oni a maioria das queixas estão relacionadas com falhas nos serviços (35%) e assistência técnica (31%).

"Dada a grande utilização de internet em 2020, decorrente da pandemia e do facto de grande parte da população ter estado em teletrabalho e com aulas online durante parte do ano, registou-se um aumento das reclamações sobre a velocidade do acesso à Internet na generalidade dos operadores, sobretudo a fixa, a que foi mais utilizada. As reclamações sobre este assunto perfazem 6% das reclamações totais do setor das telecomunicações, mais um ponto percentual do que em 2019 e ocupam a 9ª posição no top dos assuntos mais reclamados em 2020", destaca a Anacom./p>

Atrasos na entrega dominam queixas no setor postal

Com o país vários meses em confinamento geral e com o retalho a virar-se para o canal digital para manter atividade, o atraso na entrega, sobretudo de encomendas, dominou as reclamações sobre serviços postais o ano passado, representando 38% das cerca de 38 mil reclamações deste setor, uma subida de 7 pontos percentuais face a 2019. Foi ainda o assunto em que se registou o maior aumento das reclamações.

Problemas na entrega no domicílio (27%), sobretudo a falta de tentativa de entrega, foi o segundo assunto mais reclamado, seguido do atendimento (22% das queixas), que "incidiram sobretudo nas dificuldades com o acesso e funcionamento das linhas telefónicas e o custo com as chamadas para estas linhas", descreve a Anacom.</p>

Os CTT lideram as queixas no setor postal - representam 75% das queixas totais do setor - tendo visto aumentar em 23% as reclamações o ano passado. Segue-se a DPD, com 18% das reclamações totais, o que corresponde a 6 900 queixas, mais 120% face a 2019.

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