A presidente da Associação Portuguesa da Indústria Solar (APISOLAR) disse hoje que a redução da quota anual de potência atribuída aos microprodutores de eletricidade vai "matar muitas empresas" do sector, diminuindo a atractividade pela energia fotovoltaica.
Segundo uma portaria hoje publicada, a tarifa bonificada paga aos produtores domésticos de eletricidade vai baixar quatro cêntimos em 2012 (para 0,326 euros) e a quota anual de potência instalada que pode beneficiar deste preço passa de 25 para 10 megawatts (MW).
"Para o consumidor a redução das tarifas e o aumento do IVA das instalações e equipamentos para a taxa máxima diminui a atractividade. Com o volume de mercado existente reduzido para menos de metade acredito que há muitas empresas que vão morrer", afirmou Maria João Rodrigues, sublinhando que a meta de 10 MW é "uma migalha".
A responsável da APISOLAR salientou que, com esta decisão, o volume de negócios do sector solar (fotovoltaico e térmico), que representa 50 mil postos de trabalho, cairá para metade pois terão muito menos instalações para fazer.
Actualmente, existem cerca de mil empresas direccionadas apenas para a microgeração (instalação de painéis solares fotovoltaicos).
Maria João Rodrigues adiantou que a APISOLAR vai reunir-se com responsáveis do ministério da Economia na próxima segunda-feira e mostrou-se esperançada que "haja algum espaço negocial para que a quota de mercado não seja tão reduzida".