
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) alertou esta terça-feira que a retração das exportações e das encomendas levanta preocupação e defendeu que a reflexão sobre a economia não pode ser panfletária.
Em declarações à Lusa, o 'patrão' dos patrões, Armindo Monteiro, considerou o crescimento homólogo de 2,2% e em cadeia de 0,8% no quarto trimestre do ano passado e na globalidade do ano de 2,3% "anémico" e que Portugal cresce abaixo do seu potencial.
Para o presidente da CIP, "vários indicadores levantam alguma preocupação".
"Se considerarmos a retração nas exportações, a retração nas encomendas, a retração em tudo o que são medidas de crescimento a médio e longo prazo, naturalmente não podemos estar muito otimistas", disse.
Para Armindo Monteiro, é necessária "uma reflexão não panfletária, ou seja, não em função do período eleitoral" em curso, "mas em função daquilo que é a realidade económica".
"Até agora aquilo que verificamos é que quando se fala de economia, fala-se sempre, digamos, na perspetiva de como é que a mensagem é mais eficaz do ponto de vista eleitoral", indica.
Segundo o líder da CIP, a principal preocupação da confederação "é perceber a eficácia do crescimento económico, não no efeito que isso provoca nos eleitores". "O que serve os interesses do país é, efetivamente, termos uma construção de soluções objetivas para que realmente a economia cresça e é possível. Ou seja, a boa notícia é que é possível. Temos estado a crescer abaixo do nosso potencial de crescimento", argumenta.
Neste sentido, a CPI vai promover, em 20 e 21 de fevereiro, no Porto, uma iniciativa empresarial de reflexão sobre o estado da economia portuguesa, reunindo empresários, académicos, pensadores, gestores e administradores da "coisa pública".
Armindo Monteiro explica que o objetivo é "encontrar soluções para que os políticos possam cumprir as suas promessas".
"Ou seja, conseguir três coisas, fazer aumentos de rendimentos por via de um crescimento da economia e uma eficiência administrativa, melhorando os serviços do Estado e conseguindo promover políticas verdadeiras de crescimento económico", apontou.