O Reino Unido vai necessitar de um endividamento adicional de 122 mil milhões de libras (143 mil milhões de euros) até 2021 em relação ao previsto em março, anunciou hoje o gabinete responsável pelo orçamento.
O gabinete (OBR, na sigla em inglês), responsável pelas previsões de crescimento, receitas fiscais e endividamento do Governo, reviu em alta as necessidades de empréstimos ao Estado entre abril de 2016 e março de 2021 devido a uma atividade económica menos dinâmica do que o previsto antes do referendo de 23 de junho, que aprovou a saída do país da União Europeia ('Brexit').
O Governo abandonou o objetivo de equilibrar as contas do Estado até 2020.
As previsões do OBR preveem que o défice público fique em 3,5% em 2016 e 2,8% em 2017, depois das previsões de 3,1% e de 2,1%, respetivamente, divulgadas em março.
A dívida pública do Reino Unido deverá atingir 89,2% este ano e 88,9% em 2017, acrescentou.
O OBR considerou que o país vai perder 2,4 pontos de crescimento no período 2016-2021 devido ao 'Brexit'.
Durante a apresentação do orçamento no Parlamento, o ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, sublinhou que o crescimento vai ser afetado por uma diminuição nos investimentos das empresas e por uma procura mais fraca, uma situação explicada pela incerteza sobre as condições do 'Brexit' e pela desvalorização da libra.
O Governo reviu em baixa a previsão de crescimento para 2017, que passou de 2,2% para 1,4%.