Qualquer pessoa pode candidatar-se a um imóvel através do mercado social de arrendamento, desde que o seu rendimento suporte uma renda com uma taxa de esforço de 10 a 30%. . O protocolo que deu início público ao mercado social de arrendamento foi assinado hoje e, na sua intervenção, o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social explicou que existem para já 915 imóveis prontos a habitar - 729 dos bancos, 172 do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e 14 do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS). . "São condições de acesso os candidatos não serem proprietários, arrendatários ou titulares de direitos que lhes garantam o uso de habitação de outro imóvel, e terão de revelar capacidade económica e financeira para suportar o pagamento da renda, a que se associam", adiantou Marco António Costa. . O secretário de Estado acrescentou que, na avaliação das candidaturas, será também tido como critério de seleção o rendimento mensal disponível do agregado familiar, que "terá de ser compatível com uma renda que signifique uma taxa de esforço mínima de 10% e máxima de 30%". . Significa isso, segundo os regulamentos, que "uma família com um rendimento mensal disponível de mil euros, poderá arrendar uma habitação com uma renda entre 100 a 300 euros por mês". . Por outro lado, a tipologia da habitação terá de se coadunar com a composição de agregado familiar. . "Em caso de existir mais do que uma candidatura elegível a determinado imóvel, terão sempre prioridade os agregados familiares que sejam compostos, ou que tenham a seu cargo, pessoas deficientes, idosos ou filhos dependentes", disse o secretário de Estado. . No regulamento acrescenta-se que, depois se preenchidos os requisitos atrás descritos, têm prioridade "os candidatos que, em primeiro lugar, tenham apresentado a candidatura após validação pelo parceiro local respetivo". . Marco António Costa aproveitou para salientar que os "jovens serão um grupo etário especialmente visado por este programa", e o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, lembrou que o modelo vem dar resposta às famílias que, "tendo rendimentos baixos, se veem hoje com dificuldades em obter ou manter a sua casa". . O ministro deu como exemplo o caso de uma família ou de um jovem que pague uma renda de 500 euros com a sua habitação e que, com o arrendamento social, "30% mais barato", poderia conseguir um imóvel próximo dos 350 euros. . "Uma redução de 150 euros mensais que podem muito bem representar o apoio de que muitas famílias precisam para se reorganizarem, ou fazer face a este período difícil", defendeu o ministro. . Pela Associação Nacional de Bancos, mas também como representante da Caixa Geral de Depósitos, Faria de Oliveira lembrou que "são necessárias respostas que minimizem os problemas sociais", e admitiu que o estímulo à compra de habitação própria partiu da própria banca. . "O crédito à habitação representa 89% do crédito total concedido às famílias e a taxa de juro média caiu de 5,99%, em dezembro de 2008, para 2,39%, em abril de 2012", apontou. . Na assinatura do protocolo esteve também presente o primeiro-ministro, mas não fez qualquer declaração. . O mercado social de arrendamento conta, para já, com 915 imóveis, sendo que os 729 provenientes da banca têm um valor de 72 milhões de euros. . Os imóveis são todos colocados no Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional (FIIAH), gerido pela NORFIN - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliários SA. . Esta iniciativa insere-se no Programa de Emergência Social (PES) e junta o Banco Espírito Santo, o Banif, o Banco Popular, o Santander Totta, o Montepio Geral, o Millennium BCP, bem como a Caixa Geral de Depósitos. . Ficará nas mãos das autarquias indicarem ao FIIAH os candidatos aos imóveis, cabendo depois à NORFIN a confirmação e validação das candidaturas. . As candidaturas podem ser feitas através deste portal.