Renováveis abastecem 89% do consumo energético no 1º trimestre

Barragens foram responsáveis por 47% da produção elétrica e a fonte eólica por 31%. Foi o melhor primeiro trimestre desde 1978, “quando o sistema nacional ainda não tinha uma componente térmica relevante”, diz a REN.
Renováveis abastecem 89% do consumo energético no 1º trimestre
D.R.
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Nos primeiros três meses deste ano as fontes de energia renovável foram responsáveis por 89% da eletricidade consumida em Portugal. Trata-se, de acordo com a REN - Redes Energéticas Nacionais, do valor mais elevado registado num primeiro trimestre desde o ano de 1978, “quando o sistema nacional ainda não tinha uma componente térmica relevante”, sublinha a empresa. A fonte hídrica foi a que mais contribuiu para este número, com o índice de produtibilidade hidroelétrica a atingir 1,38, o da eólica a ficar nos 1,07 e o do solar em 0,87. “A energia hidroelétrica foi responsável por abastecer 47% do consumo, a eólica 31%, a fotovoltaica 6% e a biomassa 5%. A produção a gás natural abasteceu 11% do consumo, enquanto o saldo de trocas com estrangeiro foi ligeiramente exportador, equivalendo a cerca de 1% do consumo nacional”, avança a REN em comunicado. 
No ano passado, a produção de energia renovável em Portugal bateu o

recorde, tendo sido responsável por 61% do consumo anual de energia elétrica, num total de 31,2 terawatt-hora (TWh), “o valor mais elevado de sempre no sistema nacional”, sublinha a empresa que gere a rede elétrica nacional. Em 2023 , a energia eólica pesou 25%, a hidroelétrica 23%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6% . A produção das barragens aumentou 70% face a 2022 - recuperando de um ano marcado pela forte seca -, e a energia solar cresceu 43% por via do aumento da capacidade instalada. 

Já o consumo de energia, nestes primeiros três meses do ano, subiu 1,1% “ou 2,6% com correção da temperatura e dias úteis”, explica a REN. Mas o consumo de gás registou uma descida de 10% em comparação com o mesmo período do ano passado, “tratando-se do consumo mais baixo desde 2014”, frisa a empresa liderada por Rodrigo Costa. Para esta descida contribuiu o segmento de produção de energia elétrica, que contraiu 43% face ao período homólogo, enquanto o segmento convencional, que abrange os restantes consumidores de gás natural, cresceu 5,9%.
Olhando apenas para o mês de março, a energia consumida proveniente de fontes de energia renovável atingiu os 91%, sendo o “terceiro mês consecutivo com valores acima dos 80%, depois dos 88% em fevereiro e 81% em janeiro”, sublinha a empresa.

Em março, o consumo de energia elétrica cresceu 1,6%, ou 2,9% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis, em relação ao mesmo mês de 2023.  A produção hidroelétrica registou um índice de produtibilidade de 1,78 atingindo “um novo máximo de potência entregue à rede de 7280 megawatts (MW) no dia 11”.  Já o índice de produtibilidade eólico situou-se nos 1,15 e do solar nos 0,86. “O saldo mensal de trocas com o estrangeiro foi exportador, o que acontece pela primeira vez este ano, equivalendo a cerca de 11% do consumo nacional”, adianta a REN.

Quanto ao gás natural, no terceiro mês do ano houve uma descida do consumo de 5,8%, “motivada pelo comportamento do segmento de produção de energia elétrica, que teve uma quebra homóloga de 24%, devido à elevada disponibilidade de energia renovável”, lê-se no comunicado.  O abastecimento do sistema nacional de gás natural foi efetuado “quase integralmente a partir do terminal de GNL de Sines”, diz a REN. 

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